Na busca no reforço das estratégias em meio a pandemia do novo coronavírus (covid-19), o secretário de Saúde de São Bernardo, Geraldo Reple Sobrinho, revelou nesta terça-feira (12), ao RDtv que a região conversa sobre a realização de um inquérito sorológico para traçar o caminho da enfermidade em cada bairro e assim traçar um planejamento mais específico para o combate à doença.
A ideia é adaptar o que já foi realizado no Rio Grande do Sul a partir de um estudo realizado pela Universidade Federal de Pelotas (Ufpel) em parceria com a Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre, além de outras instituições de ensino. A partir de um questionário e testes foi feito um estudo sobre o caminho do covid-19 em terras gaúchas. O mesmo programa já foi adotado na Baixada Santista e é pensada para a cidade de São Paulo.
“Com esse inquérito você vai saber qual é a tendência da doença, porque o pessoal está achando que o teste é vacina e não é vacina. Todo mundo sonha e eu brinco que é um sonho de uma noite de verão. Nosso sonho seria fazer o teste e a pessoa já ter o IGG, ou seja, que teve a doença e nem percebeu (assim criando anticorpos), mas não é assim”, explicou Reple.
As conversas no ABC envolvem o Consórcio Intermunicipal Grande ABC, os sete municípios, a Universidade Federal do ABC e a Faculdade de Medicina do ABC. O questionário seria feito a cada duas semanas. No caso do Rio Grande do Sul foram quatro rodadas de pesquisa com 4,5 mil pessoas participando da investigação.
Testes
Ainda sobre a testagem, Reple explicou que atualmente existe uma ociosidade de testes PCR no Estado. Este tipo de testagem é feito para descobrir quem está com a covid-19 até o terceiro dia de infecção. Houve um aumento no teste sorológico nos profissionais de saúde, o que em São Bernardo já atingiu 4 mil pessoas, e a expectativa é ter um aumento destes dados com a chegada dos kits comprados pela União e pelos municípios nos últimos dias.
Ocupação
Outra preocupação é com a taxa de ocupação dos leitos disponíveis para os infectados pelo novo coronavírus. No Hospital Anchieta dos 19 leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva), 15 estão com pacientes e dos 80 leitos de enfermaria, 57 estão ocupados. A realidade é parecida no Hospital de Clínicas em que todos os leitos de UTI estão ocupados e 87 de enfermaria também.
Na próxima quinta-feira (14) será feita a entrega do Hospital de Urgência que servirá para abrigar mais 250 pessoas. Reple afirmou que até o momento é aguardado a chegada de alguns respiradores que foram locados. Dos 80 leitos de UTI, três contarão com respiradores comprados pela Prefeitura em licitação que demorou um ano para ser concluída. Inclusive o secretário negou que não houve licitação e que o preço por cada unidade foi de R$ 110 mil.
Além disso, relatou as dificuldades encontradas para a compra de insumos. “O Consórcio anunciou a compra de 1 milhão de testes rápidos. No dia de fechar o negócio o fornecedor disse que não poderia fechar por aquele preço e pediu 10 vezes mais e não aceitamos. Temos que ter cuidado, pois lidamos com dinheiro público”, concluiu.