A partir desta quinta-feira (07), o uso de máscaras para qualquer pessoa que circule por São Paulo se torna obrigatório em todo o Estado. Para os motoristas de transporte público e de aplicativos a medida já valia em algumas cidades do ABC, caso de Santo André, São Caetano e Ribeirão Pires. A gestora do curso de Biomedicina da USCS (Universidade Municipal de São Caetano), Adriana de Brito, explica a importância deste método de proteção para estes profissionais.
Segundo a especialista, o uso de máscara tem o intuito de impedir a disseminação de partículas virais que permanecem no ar e que podem ser expelidos por passageiros contaminados ou pelo próprio motorista. “O SARS-CoV-2 é amplamente transmitido por pessoas infectadas e assintomáticas. Portanto, não há como saber quem está contaminado ou não, por esse motivo o uso de máscaras se faz necessário”, explica.
Outro perigo a ser considerado, é sobre a resistência do vírus, que pode ficar alojado em locais específicos dos veículos. Por esse motivo, a recomendação do Ministério da Saúde é que, além do uso de máscaras, é importante manter os vidros abertos e não usar o ar condicionado, pois, de acordo com a especialista, o vírus pode permanecer até mesmo no filtro do sistema de ventilação. “Há um grande risco de ficarem contaminados com partículas virais e, eventualmente, transmitir à outros passageiros”, completa.
No caso de carros particulares, a recomendação é utilizar a máscara apenas se houver outra pessoa dentro do veículo, ou se o motorista, mesmo que esteja sozinho, venha ter contato com outras pessoas, como em postos de abastecimento, fast-food, entre outros. “Se não ocorrem situações semelhantes a essas, o risco não é elevado pelo não uso de máscaras”, explica a biomédica.
Para cuidados com a higiene do meio de transporte, Adriana de Brito exemplifica superfícies que devemos dar mais atenção. “Sabemos que o vírus permanece em certas superfícies por até 72h, dessa forma, volante, maçaneta de porta, console e outros objetos veiculares podem ser fontes de contaminação”, diz.
Ainda segundo recomendações da especialista, é necessário higienizar as partes internas do veículo com álcool 70% ou desinfetantes, fazer a limpeza e, se necessário, a troca de filtros de ar, além de manter o veículo sempre com as janelas abertas e arejado. “Higienizar sempre as mãos toda vez que tocar em objetos sob risco de contaminação e não cumprimentar os passageiros é essencial”, completa.
Para manipular a máscara de maneira correta, de forma que o motorista ou passageiro não fique exposto ao contato com o vírus, a profissional explica que a maneira mais eficaz é não tocar na parte frontal, seja interna ou externa, ou próximo ao nariz e boca. “Se ela não for manipulada corretamente, há alto risco de as mãos contaminadas transmitir o vírus para objetos, outras pessoas e até mesmo auto contaminação”, finaliza.