A retração econômica diante do isolamento social ocasionado pelo novo coronavírus (Covid-19) impactou a segunda melhor data do comércio do ABC, o Dia das Mães, celebrado este ano dia 10 de maio. A previsão da Universidade Metodista conforme a PIC (Pesquisa de Intenção de Compras) é que neste ano haja enfraquecimento na procura de presentes, com fluxo comercial em R$ 93 milhões – queda de 30% ante os R$ 129 milhões gastos 2019 -, distante também de 2015, quando foram movimentados R$ 141 milhões, a melhor perspectiva desde o início dos estudos, em 2012.
A justificativa da queda, conforme aponta o coordenador de estudos do Observatório e professor de Ciências Econômicas da Metodista, Sandro Maskio, se dá pela falta de adequação dos comerciantes ao meio digital, acrescido pela situação econômica que assola a população, especialmente motivada pelo desemprego. “Não só o problema de adequação para a internet, mas o desemprego, queda de renda das famílias e o problema de logística com fechamento do comércio que explicam esse cenário”, explica em entrevista ao RDtv.
Dos 655 entrevistados na pesquisa, 28,9% afirmaram que devem presentear menos na data, ou sequer devem presentear. Já os que vão desembolsar, em sua maioria (65%) vão utilizar a internet para adquirir os presentes, para os quais também cairão os gastos planejados: 42% responderam que o ticket médio (valor médio a ser gasto) por lembrança deverá ser de aproximadamente R$ 109, ou 26% menor que o realizado no Dia das Mães de 2019, em que as pessoas gastavam média R$ 143, já descontada a inflação de 3,3% (IPCA/IBGE).
Com a queda no volume de presentes e a redução do ticket médio a ser pago, o gasto médio planejado com compras (mais de uma lembrança) deverá reduzir-se em cerca de 31% comparado à mesma data do ano passado: R$ 149, contra R$ 210 no ano passado. “Considerando a retração tanto dos preços médios quando do gasto planejado, acompanhado da queda do número médio de pessoas a serem presenteadas, já havia a expectativa de menor movimentação financeira neste Dia das Mães”, lamenta professor Sandro.
O pesquisador declara, ainda, que conforme passam-se os anos, a internet aponta saltos de entre 10% a 15% como meio de compras, com destaques para vestuário (30%), perfumes e cosméticos (26%) e flores (10%) como as opções mais escolhidas. “Esse número agora está cinco vezes mais alto, as pessoas tem optado mais pelo digital, e quem não se readequar, pode não colher bons frutos no futuro”, aconselha. Para a data, as principais pessoas homenageadas serão mães (61%), sogras (13%) e avós (11%).
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