O secretário de Saúde de Mauá, Luís Carlos Casarin, não demonstrou preocupação com o inquérito civil instaurado pelo Ministério Público para apurar denúncias de supostas irregularidades nos contratos para implantação do hospital de campanha, que foi inaugurado na segunda-feira (27/04). Segundo o chefe da pasta todas as informações que o MP solicitou e outras que a administração coletou, já foram entregues.
O promotor de justiça, José Luiz Saikali, instaurou no sábado (24) inquérito para apurar a contratação, por R$ 221,9 mil mensais, da empresa Pilar Organizações e Festas para a instalação de 30 leitos hospitalares para pacientes com covid-19. O valor corresponde a um custo de R$ 7.396,67 por leito. Porém, no município vizinho de Santo André, foram gastos R$ 157.500,00 em estrutura para 120 leitos, diferença de quase 700%. Também é investigada a contratação da Atlantic Transparência e Apoio à Saúde para administração do hospital de campanha de Mauá, pelo valor de R$ 1 milhão.
“Estamos aguardando, já esclarecemos bastante coisa ao MP. Essa denúncia foi fundamentalmente política, manipulou dados em comparação equivocada com outro hospital de campanha que tem uma proposta bem diferente. Mandamos para a promotoria a cópia integral da contratação da estrutura e da Organização Social que gere o espaço e ainda mandamos mais documentos, como comprovação de endereços e a parametrização de preços com os valores de mercado. Está tudo bem completo e estamos aguardando”, disse Casarin que considera a instauração do inquérito apenas um ato protocolar da promotoria.
O hospital de campanha começou a funcionar nesta terça-feira (28) e já recebeu alguns pacientes. A secretaria de saúde ainda não tinha os dados do número de atendimentos até o fechamento desta reportagem, mas segundo o secretário já houve alguns atendimentos de pessoas com sintomas mais agravados. Mauá já tinha 10 leitos reservados para o atendimento de pacientes com o novo coronavírus além de outros dez no Hospital Nardini. Agora, com o hospital de campanha, são mais quatro leitos UTI adulto e dois para pediatria.
Casarin espera que hospitais particulares venham aderir a parceria com a prefeitura e assim mais leitos sejam disponibilizados. “Temos um trabalho que até agora é inédito na região que é o credenciamento de leitos em hospitais particulares. Já fechamos com o Hospital Vital, que vai disponibilizar cinco leitos e aguardamos fechar com a Santa Casa de Mauá, mas ainda não fechamos o número de vagas que vão dispor”, concluiu.