Mesmo com a maioria dos prefeitos da região sendo contra, o chefe do Executivo de Diadema, Lauro Michels (PV), anunciou nesta segunda-feira (20), que publicará um decreto de flexibilização da quarentena na próxima quarta-feira (22). A ideia do verde é permitir o funcionamento de uma série de estabelecimentos que na visão da Prefeitura não permitem a aglomeração de pessoas.
“Nós vamos flexibilizar sim”, foi assim que Michels iniciou sua explicação. A partir da próxima quinta-feira (23), estabelecimentos como: escritórios de contabilidade e advocacia, salões de cabeleireiros, clínicas de estética, lava-rápidos e outros terão a permissão para abrir e prestar seus serviços.
A exigência para todos estes locais é que todos os funcionários e clientes usem algum tipo de máscara, independente ser for a cirúrgica, a esterilizada ou a caseira. “Não importa qual é o tipo de máscara, o que importa é se proteger”, afirmou.
“Me preocupo com a saúde das pessoas e tenho certeza que temos que nos proteger como é possível, mas se tem uma coisa que não tenho duvidas é que Diadema é uma cidade de gente boa e trabalhadora, que está preocupada com os seus empregos, com as suas famílias e com o que dar de comer para os seus filhos”, justificou.
Lauro Michels ressaltou que a medida não é aprovada pela maioria dos chefes de Executivo da região que em reunião do Consórcio Intermunicipal Grande ABC, nesta segunda-feira, que querem manter as medidas instituídas pelo decreto estadual e que valerão até o dia 10 de maio, quando uma nova análise do cenário epidemiológico será feita.
Uma carta aberta entregue pelas sete associações comerciais e industriais, e outras entidades de classe de vários setores foi o motivo do debate entre os prefeitos. Nos últimos dias, dois protestos de comerciantes que queriam o retorno de seus estabelecimentos em Santo André e São Caetano foram impedidas por decisão liminar.
São José dos Campos já anunciou a flexibilização da quarentena, porém, a medida já foi alvo de uma ação judicial por parte do Ministério Público que quer impedir que a cidade aba determinados tipos de comércio em meio a pandemia.
O governador João Doria (PSDB) já demonstrou por diversas vezes ser favorável a quarentena para evitar a aceleração do contágio do novo coronavírus (Covid-19), e para atrasar a chegada do pico da doença e dar tempo para que o poder público possa abrir o maior número de leitos possível para o atendimento dos futuros infectados.
Em Diadema são 122 casos confirmados, com oito mortes. 354 casos foram descartados e 626 ainda aguardam a confirmação se seus testes.
Hospital
Nesta segunda-feira foram feitos os últimos detalhes no 1º andar, do Hospital Municipal, com a criação de mais 10 leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) que serão somados aos oito já em funcionamento. Mais 26 leitos de média complexidade também serão entregues e cinco leitos voltados para pessoas com problemas psiquiátricos e foram infectadas.
O prefeito relatou que o número de leitos ocupados já está chegando no limite e com isso o segundo andar do Hospital também será modificado para receber os futuros pacientes.