Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) revelam que o Brasil tem o maior número de pessoas ansiosas do mundo: 18,6 milhões de brasileiros (9,3% da população) convivem com o transtorno, o que tem preocupado cada vez mais os especialistas da área da saúde mental, que elencam, ainda, a tristeza e solidão como alguns dos sentimentos ocasionados pelo isolamento social, necessário desde a segunda quinzena de março, quando a pandemia do novo coronavírus (Covid-19) começou no País.
Assim, para driblar o aumento no número de casos, a psicóloga Camila Teodoro, que atua no Instituto Camila Teodoro de Psicologia, em Santo André, orienta a população em como driblar os pensamentos ruins e equilibrar a mente em meio ao período de isolamento.
Para a profissional, a primeira regra básica é manter uma rotina com atividades que exercitem a mente, ainda que em casa, para evitar a sensação de abandono das atividades do cotidiano. “Mesmo que a pessoa vá ficar em casa ou vá trabalhar em esquema home office, é essencial que ela crie novas rotinas, coloque outra roupa, não fique de pijama e vá exercitar a mente, seja com o trabalho ou outra atividade que acrescente em sua vida”, orienta.
A psicóloga ressalta, ainda, que o momento pode trazer desconforto físico e emocional, mas que algumas atitudes simples podem garantir maior tranquilidade no dia-a-dia. “Cuidado com o excesso de informações. Procure não ficar lendo e compartilhando muitas notícias ruins que vão encher a sua mente e que podem causar ainda mais ansiedade e estresse pela incerteza do que está acontecendo”, sugere. Se fizer mal, a orientação é desconectar-se um pouco das redes sociais e/ou televisão e procurar fazer coisas que tragam bem-estar.
Camila diz ainda que a tecnologia, se bem usada, pode ser uma importante aliada neste momento de isolamento. “As redes sociais e a internet são importantes até o momento que são usadas a seu favor”, afirma. Além disso, ajuda também com aulas online e fornecimento de exercícios que auxiliam a mente e o corpo. “Muitas pessoas estão usando a internet para ensinar exercícios físicos, mentais, e isso é um forte aliado para manter a mente em dia”, explica.
Atendimentos diminuem
Apesar das estatísticas, a psicóloga relata que a pandemia trouxe um resultado negativo para os profissionais da área de saúde mental. Ainda que o número de pessoas com transtorno mental tenha crescido, os atendimentos caíram, justificados pela falta de assistência presencial que a quarentena ocasionou. “As pessoas não se sentem tão seguras falando de casa, fora do ambiente do consultório”, diz.
Uma das alternativas que a profissional sugere é que os pacientes não deixem de frequentar as consultas e que, se necessário, interajam com os profissionais de saúde em um local ao qual se sentem mais seguros para falar, como um quarto, carro ou até mesmo quintal de casa. “Temos orientado que as pessoas utilizem fones de ouvido e fiquem em um local que se sintam mais seguros e em sua particularidade, mesmo que este ambiente seja externo, como em um quintal de casa”, orienta.
Os atendimentos, segundo a psicóloga, continuam tendo a mesma eficácia, ainda que no meio digital. “Estamos nos aperfeiçoando cada vez mais e fornecendo o atendimento para ajudar as pessoas, principalmente neste período, que acomete tanta gente”, enfatiza. Neste período, diálogo aberto e apoio de familiares também são essenciais.
Em casos de insônia, sensação de vazio, tremedeira, batimento cardíaco acelerado e preocupação excessiva, a orientação é buscar um profissional de saúde, seja na unidade de saúde mais próxima, como via telemedicina, com auxílio de psicólogos e psiquiatras. Quem precisar de consulta com a psicóloga Camila Teodoro deve entrar em contato via whatsapp pelo telefone (11) 98426-6196.