Nesta sexta-feira (17/04), quando o governador João Doria (PSDB) anunciou a prorrogação da quarentena no estado até o dia 10 de maio, aconteceria uma reunião virtual entre os prefeitos e presidentes das associações comerciais da região do ABC para iniciar um plano de reabertura gradual dos comércios, algo que as entidades vêm pleiteando como forma de garantir a sobrevivência, principalmente dos pequenos negócios.
A medida do chefe do Executivo estadual, contudo, adiou essa conversa para a próxima segunda-feira (20/04), mas segundo Pedro Cia, presidente da Acisa (Associação Comercial e Industrial de Santo André), o posicionamento continua o mesmo, que é solicitar a reabertura dos estabelecimentos comerciais de forma gradativa, seguindo as orientações para evitar aglomeração e oferecendo medidas de assepsia e proteção para funcionários e clientes.
A proposta era abrir parte dos comércios a partir do dia 23/04, outros a partir do dia 7 de maio com a totalização no dia 22/05. Os shoppings e locais que poderiam ter aglomerações permaneceriam fechados. Lojistas de centros comerciais, como a Coronel Oliveira Lima, em Santo André, poderiam abrir as portas. “Tem a questão da vida, mas também o comércio, a indústria e a prestação de serviço tem que voltar gradativamente. Foi encaminhado para hoje (17/04) uma reunião com os sete prefeitos, foi um encaminhamento feito pelo prefeito Paulo Serra (PSDB) após um pedido das associações comerciais. Mas essa reunião foi transferida para segunda-feira, fizemos um documento pedindo a reabertura gradual. Também entendemos que essa é uma questão regional e as decisões em conjunto se tornam muito mais eficazes”, disse o presidente da Acisa.
Para Cia é possível a reabertura seguindo todas as normas de prevenção ao contágio pela Covid-19. “Entendemos que muitos comércios podem voltar a atender de forma organizada e com regras de higiene, de distanciamento, de limitação do número de clientes por metro quadrado da loja e acho que isso é plenamente possível. Uma das medidas é que o lojista só atenda pessoas com máscara porque isso garante a segurança dos dois lados”, explica. Bares e restaurantes poderiam abrir, segundo o pedido das associações. “Bares e restaurante atenderiam com capacidade reduzida de 30% a 40%, as lojas de móveis, por exemplo, têm como atender limitando o número de clientes”, analisa.
De acordo com Pedro Cia, apesar de medidas econômicas e aberturas de linhas de crédito, a maioria dos comerciantes não consegue chegar a esse dinheiro para manter despesas ordinárias como a folha de pagamento. “Para o pequeno e médio o dinheiro não está chegando. O governo liberou financiamento a juros de 3,75%, sem garantia, para a folha de pagamento, mas é muito difícil a liberação deste empréstimo. O cenário econômico é muito ruim. A gente queria, com esse plano, voltar um pouco a economia. Algumas lojas vão demorar para retomar e com o isolamento por mais tempo a tendência é piorar”, lamenta.
O empresário diz que há alternativas para evitar a aglomeração nos centros comerciais como a Oliveira Lima. Um exemplo seria a redução do horário de funcionamento. A Acisa, em parceria com o Sebrae (Serviço de Apoio ao Micro e Pequeno Empreendedor) orienta também os comerciantes a aproveitarem o período para modernizar seus empreendimentos, investir em gestão e no e-commerce. “Quem estiver preparado vai ter um ganho de faturamento, após a crise”, conclui.
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