Para evitar problemas psicológicos que os idosos possam desenvolver durante o isolamento social, já que fazem parte do grupo de risco e, quanto mais se resguardarem, maior a proteção diante do vírus, a docente do curso de psicologia da Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), Sirlene Lopes de Miranda, fala sobre como passar por este período sem problemas na saúde física e mental.
De acordo com a psicóloga, o apoio e orientação da família conta muito para uma quarentena mais amena. “Conscientizar o idoso sobre a importância do período de distanciamento social e sobre os outros cuidados que precisam ser tomados com a saúde e higiene é fundamental”, afirma.
Sobre as atividades que podem servir de entretenimento para essa parte da população, a especialista cita algumas alternativas. “Fazer coisas que o idoso considere agradáveis no contexto doméstico, como assistir filmes, ler, cuidar de plantas e animais domésticos, por exemplo, pode ajudar a combater o estresse e inquietação durante o período. Tudo que minimize a sensação de solidão é válido”, conta.
Já em relação ao contato com a família, Sirlene explica que o diálogo por telefone é a melhor saída, já que as visitas devem ser evitadas, mas os alardes não são bem vindos. “Desde que a conversa seja de acolhimento, empatia e orientações básicas sobre autocuidado, sem enfoque em notícias desagradáveis, o contato é muito indicado”, alerta.
A aposentada e caravanista, Eunice Prado, 68, aproveita a quarentena para se dedicar as atividades domésticas e assistir a streamings. “Para me distrair, coloco as séries e filmes em dia e organizo a casa”, diz Eunice. Para ela, a saudade dos filhos e netos é uma questão difícil. “Eu sempre promovia almoços em família aqui em casa. Agora, apesar de não ser a mesma coisa, é só por vídeo-chamada”, relata Eunice, que também diz sentir falta de montar caravanas.
A alternativa encontrada para não sair de casa foi recorrer ao delivery para fazer compras. Apesar de demorarem sete dias para chegar, a opção oferece mais segurança segundo a aposentada. “Para não preocupar meus filhos e coloca-los em risco, optei por contatar os mercados e ver qual deles realiza entregas”, conta. (Colaborou Nathalie Oliveira e Ingrid Santos)