Em uma ação que envolve aproximadamente 200 pessoas entre professores, alunos, ex-alunos e voluntários o Senai (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial) vai produzir 600 mil máscaras nos próximos três meses para uso pelos serviços de saúde, para auxiliar no atendimento médico, já que o produto está em falta e o EPI (Equipamento de Proteção Individual) é de fundamental importância para a proteção dos profissionais de saúde. As máscaras são produzidas no Senai Francisco Matarazzo, no Brás, na Capital e são enviadas para o Senai Mário Amato, que fica no bairro Assunção, em São Bernardo, onde são higienizadas em autoclaves, e depois distribuídas.
São máscaras cirúrgicas de três camadas, sendo duas de TNT (Tecido não Tecido) e uma central que conta com um filtro bacteriológico. Ela são produzidas com contato manual na unidade paulistana, onde há cursos têxteis, depois são enviadas para a unidade do ABC para higienização e embalagem. “Tudo começou com a necessidade das máscaras no mercado, o primeiro passo foi a escola do vestuário criar um modelo, que contou com o auxílio dos profissionais de saúde do Hospital do Rim. Com a aprovação criou-se uma ficha técnica e a máscara segue todos os padrões da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas)”, explica o professor e coordenador regional do Senai, Ricardo Terra.
Além das máscaras o Senai de São Bernardo desenvolveu uma nova formulação para a produção de álcool em gel e vai produzir 700 mil bisnagas de 270 ml na unidade de Sertãozinho. “Havia uma dificuldade muito grande de produção por causa da falta do Carbopol uma substância que vem da China. Foram feitas várias experiências até chegar na fórmula, e agora a produção já começa em Sertãozinho onde o Senai tem uma miniusina de Etanol”, explica Terra.
O coordenador regional do Senai também explicou sobre o treinamento que o Senai está fazendo com funcionários das montadoras de veículos, para que façam a manutenção de respiradores. “Mobilizamos toda a rede. Temos no Senai unidades respiratórias de modelos nacionais e importados e com eles fazemos os treinamentos”, explicou. Esse treinamento acontece na escola Senai Mariano Ferraz, na Vila Leopoldina, onde funciona o Núcleo Odonto-Médico-Hospitalar Manoel Amaral Baumer, que é referência na área de manutenção de equipamentos biomédicos e oferece mais de dez cursos na área. “Nosso objetivo é fazer uma rede de recuperação de respiradores, que é um dos equipamentos essenciais no tratamento dos casos mais graves da Covid-19. É uma contribuição da indústria de São Paulo nesta guerra contra o novo Coronavírus”, afirma Paulo Skaf, presidente da Fiesp e do Senai-SP. Das montadoras que já aderiram ao projeto, a maioria tem unidade fabril no ABC, são elas> General Motors, Toyota, Honda e Scânia.