Recomendação da OMS (Organização Mundial da Saúde), o isolamento social é uma das principais estratégias de combate ao novo coronavírus (Covid-19). Ao mesmo tempo em que a população passou a cumprir a quarentena, com o objetivo de enfrentar a pandemia, a violência doméstica tem se mostrado como mais um desafio a ser superado.
Segundo dados do Ligue 180, serviço do governo federal para o atendimento de mulheres em situação de violência doméstica, a quarentena para conter a propagação da Covid-19 provocou aumento de quase 9% na quantidade de ligações para o canal de denúncia. A alta foi registrada entre 17 e 25 de março.
Lançado em 2005, o Ligue 180 é um serviço gratuito e confidencial que funciona 24 horas, todos os dias da semana, e pode ser acionado de qualquer lugar do Brasil. O objetivo da iniciativa é receber denúncias de violência e orientar as mulheres sobre os direitos e a legislação vigente, com encaminhamento para outros serviços quando necessário.
O Consórcio mantém, desde 2003, o Programa Casa Abrigo Regional, que visa garantir segurança e proteção às mulheres em situação de violência doméstica, sob risco iminente de morte. O objetivo da ação é propiciar condições para a reestruturação física e psicológica da mulher. O serviço já protegeu 1.200 mulheres desde sua criação.
O acolhimento das mulheres ocorre em uma das duas unidades do programa, que têm endereços mantidos em sigilo. Juntos, os equipamentos podem atender até 40 pessoas por período de até 180 dias, dependendo da complexidade de cada caso. Filhos e filhas das mulheres, com menos de 18 anos, também podem ser amparados nessas casas.
Além do Ligue 180, as mulheres em situação de violência na região podem acionar os centros de referência especializados e registrar boletins de ocorrência junto às delegacias da mulher ou delegacias comuns.