Com exterior, Bolsa fecha em alta de 1,65%, aos 74.639,48 pontos

Mais uma vez alinhado positivamente ao exterior, com a expectativa por uma vacina para a covid-19, o Ibovespa fechou nesta segunda-feira, 30, em alta de 1,65%, aos 74.639,48 pontos, após ter interrompido na sexta-feira uma sequência de três ganhos, travando lucros antes do fim de semana, à espera de desdobramentos em torno da pandemia. Nesta segunda-feira, ainda que os ruídos políticos tenham se mantido como pano de fundo, o principal índice da B3 oscilou entre mínima de 73.184,22 e máxima de 75.429,74 pontos, com giro financeiro a R$ 19,8 bilhões na sessão, bem mais fraco do que o observado nas últimas semanas, refletindo acomodação da volatilidade. No mês, o Ibovespa cede 28,35% e, no ano, perde 35,46%. Na semana passada, após série de cinco perdas semanais consecutivas, o índice acumulou ganho de 9,48%.

Em Nova York, os três índices de referência registraram hoje ganhos entre 3,19% (Dow Jones) e 3,62% (Nasdaq), e o catalisador do dia foi a notícia de que a Johnson & Johnson pode tornar disponível vacina para o novo coronavírus no início do próximo ano. Por aqui, destaque para Eletrobras ON (+10,58%) e Magazine Luiza (+6,67%). Na ponta negativa, Localiza cedeu 8,37%, com Smiles em baixa de 5,93%, e Cogna, de 4,89%.

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Entre as blue chips, Petrobras PN subiu 0,60% e a ON ganhou 3,15%, apesar do forte ajuste negativo do barril de petróleo na sessão, com o Brent negociado na faixa de US$ 22 e o WTI, de US$ 20. Vale ON ganhou 4,16%. Os bancos também tiveram desempenho positivo na sessão, com Bradesco PN em alta de 3,12%, a unit do Santander, de 3,56%, Itaú Unibanco PN, em alta de 4,96%, e Banco do Brasil ON, de 2,66% no fechamento.

Graficamente, o Ibovespa acumulou ganho de 26,84% desde que deixou, no dia 23, segunda passada, mínima intradia de 62.161,38 pontos, para alcançar, na quinta passada, máxima intradia de 78.846,34 pontos, antes de se inclinar a uma realização de lucros na última sexta-feira, quando o índice cedeu 5,51% no encerramento. Considerando os níveis de fechamento, a valorização acumulada pelo Ibovespa em três sessões, de terça a quinta-feira, ficou em 22,24%, saindo de 63.569,62 pontos no encerramento da segunda para 77.709,66 pontos no de quinta, de forma que a correção observada na sexta foi relativamente moderada.

“Tivemos uma alta bem expressiva e rápida, e caso o Ibovespa mantenha lateralização nesta semana, será um bom sinal. Assim, após duas ou três sessões de amadurecimento, poderá buscar novos ganhos caso as condições lá fora sigam favoráveis, na medida em que o índice tem se mantido correlacionado a Nova York”, diz Rodrigo Barreto, analista técnico da Necton.

“Se conseguir chegar a 78 mil, os níveis de 82 mil e 85 mil pontos passam a ser as metas seguintes.” Por outro lado, se o bom momento desandar e o Ibovespa perder os 70 mil pontos, referência importante, passando a buscar os 68 mil, a situação pode se complicar, observa Barreto. “Abaixo de 68 mil, o Ibovespa ficaria bem indefinido”, diz o analista gráfico. No fundo, o índice tocou a marca de 61.690,53 pontos na mínima intradia de 19 de março, quando, ainda muito volátil, o Ibovespa foi a 70.071,33 pontos na máxima daquela sessão, para fechar então aos 68.331,80 pontos.

“Quando o Ibovespa chegou à faixa de 65 mil a 70 mil pontos, o mercado parou um pouco para pensar sobre risco-retorno. Não se trata de encher a mão, mas se percebeu que, a este nível, faz mais sentido comprar do que vender. Está começando a ficar atrativo de novo”, diz Rafael Ribeiro, analista da Clear Corretora, acrescentando que o conjunto de iniciativas tomadas por BCs, aqui e no exterior, torna o cenário extremo, de depressão econômica, menos provável. “Ainda não se sabe se será uma recuperação em V ou em U, mas a hipótese de depressão ficou pequena.”

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