Quem precisa abastecer seus botijões de GLP (Gás Liquefeito de Petróleo) ou gás de cozinha, como é conhecido, está enfrentando muita dificuldade em encontrar o produto já que os poucos revendedores que ainda tem estoque dizem que ele não durará muito. Nesta quinta-feira (26/03) moradores se submeteram a filas e até a listas de espera, para não ficar sem gás para cozinhar.
Atrás de um botijão durante todo o dia a moradora de Ribeirão Pires, Roseni Josefa Afonso, disse que ligou em vários revendedores e em outros foi pessoalmente, mas apenas conseguiu encontrar o gás em uma distribuidora na avenida Kaethe Richers, mesmo assim enfrentou fila. “Meu vizinho me avisou e fui até lá, tinha umas 10 pessoas na fila. Pelo menos consegui comprar porque em todos os outros lugares que liguei não tinha, agora estou mais tranquila”, disse a consumidora que pagou R$ 76 pelo botijão de 13kg. “O preço está na média”, comentou.
Em Rio Grande da Serra a situação é a mesma, depósitos fechados, ou vendendo outros produtos. Amauri Paiva procurou gás na quarta-feira (25) sem sucesso. Com um botijão em uso e o reserva vazio, ele estava preocupado, mas conseguiu o botijão com um colega, mas agora terá que repor o que pegou do amigo. “Em Rio Grande não tem em lugar nenhum, passei em vários revendedores, um estava até fechado”, comentou.
O RD procurou alguns revendedores. No depósito Jordagás, no bairro Jordanópolis, em São Bernardo, os botijões estão acabando. Segundo a funcionária que atendeu ao telefone o estoque só daria para esta quinta-feira. Neste endereço o botijão custa R$ 78, mas se o pagamento for em dinheiro sai por R$ 76. Na distribuidora Liquigás que fica na avenida Caminho do Mar, no Rudge Ramos, os funcionários informaram que o gás acabou e não há previsão para chegada de novo carregamento.
Em Diadema, o depósito Eldorado Gás, que fica na avenida Nossa Senhora dos Navegantes, no bairro de Eldorado, o produto também já tinha se esgotado. No revendedor Praça Gás, que fica na avenida Dom Pedro I, na Vila Conceição, não está faltando e os preços são: R$ 79, para retirar no local, e R$ 83 para entrega a domicílio. No depósito Paineira, que fica na avenida Afonso Monteiro da Cruz, no Jardim Inamar, o produto também não está faltando, mas o preço foi o mais caro dentre os pesquisados: R$ 84 para retirar no local e R$ 90 para entrega.
O presidente da Associação Nacional dos Revendedores de GLP, Alexandre Borjaili disse o problema está nas distribuidoras onde estão disponibilizando menos botijões. Ele conta que a entidade pediu providências ao Ministério das Minas e Energia, e também a ANP (Agência Nacional do Petróleo) há dez dias, mas a situação permanece inalterada. “Os nossos caminhões fazem viagens longas, ficam às vezes dias esperando para retirar 500 botijões, e voltam com menos da metade da carga. Eu tenho revendedores que estão fechando porque não tem o produto”, comentou.
Ainda segundo cálculos da associação dos revendedores, de cada 20 revendedores, 5 estão sem gás. “A culpa é da ANP que deveria regular o setor. Isso está acontecendo por causa da irresponsabilidade da agência, que em dez dias não fez nada”, acusa Borjaili.
Em nota, a ANP nega o desabastecimento. “O abastecimento de GLP está normal em todo país. A ANP está em contato permanente com os agentes econômicos. A possível falta de botijões em algumas revendas é pontual. Em situações como a atual, alguns consumidores compram botijões extras. Essa demanda normalmente dura pouco e não é suficiente para provocar escassez”.
No vídeo a seguir dezenas de caminhões esperam dias em frente a distribuidora de Ribeirão Preto para carregar. O vídeo foi produzido pela Associação Nacional dos Revendedores de GLP.