Em duas sessões extraordinárias realizadas nesta quarta-feira (25), os vereadores de Diadema aprovaram por unanimidade os projetos de lei que permitem que o prefeito Lauro Michels (PV) decrete o estado de calamidade pública na cidade e que dá flexibilidade orçamentária para investimentos na área da Saúde por causa da crise do novo coronavírus por seis meses. O Legislativo seguirá com as sessões ordinárias suspensas até a próxima segunda-feira (30).
Com a decisão, Michels passará a ter uma maior mobilidade para mudar o orçamento e tentar criar investimentos para Saúde. O prefeito alegou que haverá uma queda na arrecadação por todo o país, com o crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) de 0,2% neste ano, assim criando um cenário de recessão econômica, fato que vai reduzir o valor disponível para o município. Para 2020, Diadema tem a expectativa orçamentária de R$ 1,3 bilhão.
Apesar da unanimidade, os vereadores salientaram que vão cobrar de Lauro e de seus secretários outras medidas para controlar a infecção do covid-19 no município. Atualmente ssão 46 casos suspeitos residentes, sendo 16 internados graves ou críticos. Também são investigados 27 casos em profissionais da Saúde e três óbitos.
A cidade conta com um caso confirmado de uma profissional de saúde que foi atendida em uma rede particular de outro município (não divulgado). “Embora o município não tenha recebido a informação, via Secretaria do Estado da Saúde, ao tomar conhecimento do caso, a Vigilância Epidemiológica da Prefeitura foi ao condomínio da paciente, na região central, e certificou que todas as medidas de higiene foram tomadas no local”, explicou.
“Nós temos muitos moradores na cidade que na sua garagem tem um salãozinho de cabelereiro, tem uma lojinha de roupa, todos aqueles que estão de portas fechadas, respeitando a quarentena, mas as contas não vão parar de chegar. O documento pede que possamos também conversar com as empresas como Sabesp, Enel, Comgás, não só para que suspendam o corte e a cobrança das contas das casas de baixa renda, mas também pensando nestes comerciantes”, disse o vereador Audair Leonel (Cidadania), da base governista.
“A pandemia do novo coronavírus precisa ser enfrentada. Eu entendo que a hora em nós liberamos, que autorizamos o prefeito a manusear o orçamento do município eu quero entender que esses recursos devem ser prioritariamente investidos na Saúde, essa é minha leitura. É com essa disposição, com esse entendimento que dei meu voto de confiança, acreditando que isso realmente vai ser realizado e executado. Espero que haja a reposição dos remédios nos postos de saúde, reposição de insumo”, comentou Josa Queiroz (PT).