Como alerta a OMS (Organização Mundial da Saúde), o reforço na realização de testes do novo coronavírus é uma medida essencial para evitar a propagação da doença, mas no ABC a realidade é diferente. As cidades realizam a testagem apenas em casos com sintomas graves, pois a testagem é insuficiente para atender a demanda da população, que fica cada vez mais preocupada com a situação.
Das sete cidades, apenas São Bernardo afirmou que todos os pacientes que procuram as unidades de saúde com sintomas do Covid-19 são submetidos à coleta de amostras, que, posteriormente são enviadas ao Instituto Adolfo Lutz, responsável pela análise. Até o momento, os 485 munícipes com suspeita foram submetidos ao teste, dos quais 434 seguem em análise, 41 foram descartados e 10 confirmados, de acordo com a cidade.
As demais cidades, como Diadema, que realizou 136 coletas e São Caetano, com 289, afirmaram que, de acordo com as determinações do Ministério da Saúde, apenas realizam testes em pacientes já internados em estado grave e profissionais de saúde sintomáticos. Em Ribeirão Pires, foram coletadas amostras de 36 pacientes. Do total, um é positivo para coronavírus, nove foram descartados e 26 permanecem sob análise.
São Caetano diz que a compra dos testes pelo município ainda está em estudos e negociação, já que as entidade que fornece os testes não possuem entrega imediata, mas só para o mês de abril.
Segundo recomendação do Estado, os exames laboratoriais para o diagnóstico do Covid-19 devem ser solicitados somente para pacientes internados em estado grave ou crítico, para unidades sentinelas e profissionais de saúde, não sendo indicado a realização em pessoas assintomáticas, uma vez que a medida visa o uso racional dos testes, devido à situação pandêmica e a pouca disponibilização de material. O Estado ainda informa, por meio de nota, que o Instituto Adolfo Lutz prioriza o processamento das amostras em casos graves e óbitos.
Como forma de tentar amenizar o cenário preocupante, uma rede de testes para o coronavírus foi anunciada na terça-feira (23) pelo Governo de São Paulo, com 17 laboratórios ligados à USP (Universidade de São Paulo) e apoio do Instituto Butantan, para ampliar os testes no Estado. A capacidade será de 2 mil testes por dia.
Questionadas, as prefeituras de Santo André, Mauá e Rio Grande da Serra não responderam até o fechamento da matéria.