A melhor maneira de evitar que o novo coronavírus se alastre ainda mais é ficar em casa. No caso dos idosos, grupo mais vulnerável diante da pandemia, o isolamento social se torna urgente. O confinamento, no entanto, pode gerar outros problemas, principalmente, para pessoas da terceira idade.
A falta de interação social e contato com a família podem provocar ansiedade e agravar casos de depressão. A psicóloga Daniela Bernardes, do Residencial Club Leger, instituição dedicada ao atendimento e acolhimento desta faixa etária, dá dicas para superar este período sem aprofundar complicações emocionais.
1. Os jogos de mesa e dominós podem ajudar na tarefa de distração. São atividades que contêm linguagens conhecidas por pais e avós e possibilitam forma de conversa para além dos noticiários. “Regular esse dispositivo é saudável para evitar ansiedade desnecessária. O momento é de consciência e responsabilidade, mas não de alarmes”, explica Daniela.
2. Falar de casos passados, junto a fotos de álbuns, pode ser uma forma de trazer aos idosos a importância de sua história e fazer com que se recordem de momentos felizes. Tudo isso pode ser compartilhado também de forma virtual. “Essa atividade ajuda a dar um sentido positivo às experiências deles e retoma sua importância na vida de cada membro familiar”, conta a psicóloga.
3. Resgatar filmes antigos com sugestões de títulos, caso eles não estejam no mesmo ambiente dos demais parentes, pode ajudar a aliviar o sentido de afastamento, além de ser um poderoso método de distração e divertimento.
4. Também são vitais as ligações ao longo do dia para aqueles que estejam distantes. “Neste caso, devemos fazer com que eles se sintam seguros e reforçar que esse período difícil é algo passageiro, mas que requer cuidados”, acrescenta Daniela.
A psicóloga salienta ser natural a sensação de tristeza e desorganização, não apenas dos idosos, diante da necessidade de reprogramar a vida de maneira tão abrupta. “Faz parte de nosso mecanismo psíquico acomodar-se cada um a seu modo. As estratégias que consideramos tendem a ser uma forma de alívio desses mecanismos, até que cada um internamente encontre sua forma de enfrentamento, cada um tem seu tempo para isso”, analisa a especialista.