No sábado (7) acontece na Praça 22 de Novembro, no Centro de Mauá, o ato regional Mulheres em Marcha pela Vida de Todas, organizado pela Frente Regional de Enfrentamento à Violência contra as Mulheres em conjunto com vários grupos da região. O objetivo do encontro, que começa às 13h e terá manifestações artísticas e discursos, além da marcha, é chamar atenção para o aumento da violência, especialmente do feminicídio, e a diferença entre homens e mulheres no ambiente de trabalho.
Neusa Raineri, integrante do Núcleo Marielle Franco, do Psol, afirma que as mulheres têm de resgatar nelas mesmas o poder de mudar as coisas. “Não existe nada que justifique essa diferença de valores pagos de salário entre homens e mulheres, por isso a mulher precisa reservar seu espaço, daí o mote: Mulheres em marcha pela vida de todas, contra o fascismo e a retirada de direitos”, diz.
Para Gabriela Torres, da Unidade Popular – Casa Helenira Preta, as mulheres e a sociedade têm de erguer a voz para recuperar o espaço perdido e garantir conquistas sociais. “As questões relacionadas às mulheres têm se acirrado neste último ano. Tivemos 1,6 milhão de tentativas de estrangulamento de mulheres. Entre 2018 e 2019, tivemos no ABC um aumento de 57% dos casos de feminicídio, que saltaram de sete para 11 casos”, ressalta.
Neusa e Gabriela participaram do RDtv dia 2, quando falaram da importância do encontro que antecede o Dia Internacional da Mulher, 8 de março, data da manifestação estadual, agendada para a avenida Paulista, na Capital, a partir das 14h. “Temos um governo em que o ministro da economia (Paulo Guedes) disse que tem de manter o dólar alto porque tinha empregada doméstica indo para Disney, e um presidente pedindo apoio da população para o fechamento do Congresso e do STF (Supremo Tribunal Federal). Essas coisas nos levam para as ruas”, analisa Neusa. “No domingo vamos estar também na Paulista e lembrar os dois anos da morte de Marielle Franco. Ainda não se sabe quem mandou matá-la. Ela era negra, representante do movimento LGBTQI+, originária da favela e que lutava pela organização da mulher. A mulher negra precisa reservar seu espaço”, afirmou.