Para equilibrar finanças, clubes voltam a apostar nos programas de sócio-torcedor

No final de 2019, o Vasco saltou de 30 mil associados para mais de 140 mil em uma semana em função de uma promoção especial. Hoje, o número ultrapassa 180 mil com faturamento mensal de R$ 4 milhões. A conquista ajudou a reafirmar a importância financeira dos programas de sócios, motivando ações em vários clubes.

O Fluminense anunciou no fim de janeiro um novo projeto com foco na “popularização” e que deve ser colocado em prática na segunda quinzena de março. Além de uma modalidade popular com novos preços, o programa prevê sistema de pontuação e experiências exclusivas. A meta com isso é chegar, ao menos, ao dobro, 46 mil, em um tíquete-médio de R$ 40, o que dará uma renda mensal de quase R$ 2 milhões ao clube.

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O Botafogo aproveitou a chegada do japonês Keisuke Honda para impulsionar o seu programa. Depois de identificar um aumento expressivo no número de sócios desde o anúncio do novo jogador, o clube alvinegro já colocou a meta de chegar aos 40 mil associados – atualmente tem pouco mais de 22 mil.

Além dos cariocas, Atlético-MG, Ceará e Coritiba anunciaram mudanças significativas em seus programas com novos planos e ativações. Na Série B, o Cruzeiro lançou o “Sócio Reconstrução” com a intenção de se reequilibrar financeiramente também com a contribuição dos torcedores. Em quase um mês, o clube alcançou mais de 45 mil associados.

Para André Monnerat, gerente de Negócios da Feng Brasil, empresa especializada em projetos de engajamento de fãs e responsável pela venda de “season tickets” do Allianz Parque, o movimento de valorização dos programas sócio-torcedores não é novo. Um levantamento da empresa, que também administra os programas de sócio-torcedor de Flamengo, Santos e Vasco, aponta que o faturamento dos clubes da Série A do Campeonato Brasileiro desta temporada com programas de sócios-torcedores cresceu 42% entre 2014 e 2018.

“Tivemos um ciclo de valorização dos programas de sócios no Brasil há cerca de seis anos, quando muitos apostavam em um potencial inexplorado. Agora, estamos vivendo um outro ciclo, com maior grau de maturidade. Hoje, já é uma realidade em diversos clubes que os sócios gerem mais receita do que seus principais patrocinadores”, afirmou o especialista.

O crescimento dos programas também contribui com o aumento do público nos estádios. O Campeonato Brasileiro de 2019 registrou a segunda maior média de público da história: 21.230 torcedores por partida. Os maiores responsáveis foram os sócio-torcedores. Dos 8.070.188 pagantes da temporada, 4.124.979 eram associados aos seus respectivos clubes. Isso significa 51% do público pagante da competição foi formado apenas por sócios.

O destaque ficou com o campeão Flamengo, time que mais levou associados ao estádio. Dos 1.045.634 ingressos vendidos, 69,2% foram de membros do programa. Corinthians, Bahia, Fortaleza e Internacional completam os cinco clubes que mais levaram sócios em seus jogos.

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