Servidores públicos do estado de São Paulo entraram em confronto com a polícia após serem impedidos de entrar nas galerias da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp) para acompanhar a votação da reforma da previdência estadual, iniciada na manhã desta terça-feira (3/3). Agentes da tropa de choque da Polícia Militar intervieram com gás de pimenta e balas de borracha para conter a entrada dos professores e manifestantes.
Um dos manifestantes, que preferiu não ser identificado, membro do Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp), se feriu durante o conflito, foi atingido por uma bala de borracha na barriga. “Outros professores tiveram que me ajudar a sair do meio do tumulto, senão não conseguiria”, relata. “O governo não nos escuta e os policiais não estão nem um pouco preparados para atuar em um ato como este. Estamos atrás dos nossos direitos, não podem nos calar”, reclama indignado. Nas redes sociais pelo menos outros cinco servidores registraram agressões físicas.
O pedido para que os funcionários pudessem acompanhar a sessão, mesmo que por transmissão ao vivo, foi reforçado pelo deputado estadual Carlos Gianazzi (PSOL), que ainda requisitou a retirada da tropa de choque da PM.
O primeiro turno da votação dessa proposta também foi marcado por confusão e um placar apertado: somente 57 votos a favor, o mínimo necessário para que fosse aprovada. Agora será necessário a matéria passar pelo crivo dos deputados em segundo turno.
Mudanças
Em nota, a APEOSP alega que com aprovação da reforma, aumenta a idade mínima para aposentadoria. Atualmente, o tempo de contribuição é de 50 anos, se mulher, e de 55 se homem. “Com a reforma, as mulheres seriam as mais prejudicadas, por idade sobre para 57 anos; os homens, para 60 anos. Além disso, a contribuição previdenciária passa de 11% para 14% sobre seus rendimentos, inclusive os aposentados”, diz nota.
Ainda com a aprovação, a aposentadoria será de apenas 60% do que o professor receberia se seus proventos fossem integrais, acrescidos de 2% para cada ano de contribuição que ultrapassassem 20 anos. “Para que o professore receba os proventos integrais, ele precisará trabalhar 40 anos”, acrescenta.
A APEOESP relata ainda que as aulas foram suspensas nesta terça-feira (3/3).