Desde o inicio deste ano, a estudante do ensino médio, Julia Medeiros, de 14 anos, que é moradora do Conjunto Residencial Sitio Oratório, em Santo André, tenta utilizar o cartão BOM para frequentar a escola, mas tem enfrentado dificuldades, uma vez que a empresa EMTU deixou de conceder o benefício a ela, pois alega não ser responsável por atender o trajeto que a mesma utiliza.
Depois de duas tentativas frustadas para realizar o recadastramento do cartão na linha 027 (Jardim Tietê/Parque das Nações), a mãe da menina, Vanessa Medeiros, diz não entender o posicionamento da empresa, pois as linhas solicitadas eram as mesmas que sua filha utilizava há pelo menos três anos. “Reclamei na ouvidoria e disseram que há um ônibus municipal que atende a região, porém, minha filha teria que andar durante 30 minutos sozinha e de noite”, reclama.
Desempregados, Vanessa e o marido se preocupam com o orçamento da família ao terem que desembolsar e designar alta quantia por mês para a filha conseguir frequentar a escola. “Os gastos com passagens sem o cartão é supera R$ 200 por mês, precisamos nos apertar de todas as formas para pagar”, diz aflita.
Questionada, a EMTU informa que o pedido da estudante foi recusado porque foi solicitado o benefício para uso de linha metropolitana em ligação municipal. Alega ainda que o regulamento do Passe Escolar 2020 da EMTU/SP determina no item 2.1.2 que o pedido do benefício de linhas intermunicipais para trajetos municipais será indeferido, pois “nesses casos, a gratuidade deve ser concedida pela Prefeitura”.
Ainda em nota, a EMTU ressalta que para chegar à escola, a estudante tem a opção de utilizar o ponto de parada Nevada do Corredor Metropolitano ABD, em Santo André, localizado a 600 metros de sua residência. “Em 2019, a aluna utilizou frequentemente linhas do referido corredor, em Santo André, mesmo tendo solicitado o Passe Escolar para a linha metropolitana 027, da Empresa Parque das Nações”, acrescenta a EMTU em nota.