No dia 3 de março a Alesp (Assembleia Legislativa) realiza a segunda votação do projeto de lei da reforma da Previdência do Estado, mas para a deputada estadual Carla Morando (PSDB) a situação poderia ser resolvida se os estados e municípios fossem incluídos na proposta aprovada no Congresso Nacional. Em entrevista ao canal RDtv, a parlamentar considera que os deputados federais “se acovardaram” sobre o assunto.
Para a líder da bancada tucana na Alesp, caso a inclusão já ocorresse em Brasília, o governo do Estado já teria economizado cerca de R$ 600 milhões com o seu regime previdenciário. “Não quiseram ajudar os estados, pois achavam que seria um desgaste para eles, mas, muito pelo contrário, o desgaste foi o fato deles não terem feito, eles se acovardaram e não fizeram uma reforma ampla que pegasse todo o território nacional”, explica.
Considerado nos bastidores políticos como “pauta negativa”, o assunto no Congresso Nacional acabou por evitar fazer algo relacionado aos sistemas previdenciários próprios dos estados e municípios, pois alguns dos parlamentares serão candidatos a prefeito na eleição de outubro ou mesmo irão levar apoio para os correligionários, assim buscaram uma alternativa para não causar desgaste nas respectivas imagens.
Carla também criticou o fato de as gestões petistas no governo federal com Luiz Inácio Lula da Silva (2003-2010) e Dilma Rousseff (2011-2016) evitarem o assunto. Para a tucana, ambos já sabiam que “a bomba iria estourar e não fizeram nada”.
A tucana considera que também houve prejuízos financeiros sobre o tema por causa do tempo tomado para que a Justiça tivesse uma decisão se deixaria ou não a votação ocorrer na Alesp. Segundo dados informados por Carla, o prejuízo no período seria de R$ 400 milhões. A deputada considera que a decisão judicial deveria ser a toque de caixa para que o projeto fosse refeito ou para manter o texto colocado em votação.
Conselho de Ética
Outro ponto que irritou Carla Morando foi a briga que ocorreu na sessão do dia 20, quando seria realizada a segunda votação. A parlamentar considera que toda a situação deva ser analisada “com mais firmeza” pelo Conselho de Ética e Decoro Parlamentar.
“Estamos em um Parlamento, um lugar para parlar (falar), mas o que estamos vendo aqui é algo inaceitável, como xingar, ofender e agredir, e isso é inaceitável. As pessoas consideram que na Assembleia existem pessoas preparadas para falar, cada uma com sua posição ou na direita, ou na esquerda, ou no centro. É para isso que existe o plenário, para cada um discutir e chegar em um acordo”, comentou.
Em consulta ao site da Assembleia Legislativa, a reportagem verificou que não há data para nova reunião do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar. A primeira e única do ano ocorreu no dia 12 de fevereiro.