Uma das festas mais populares do País, o Carnaval (25 de fevereiro) está prestes a começar e, com a data, entra em cena a busca por fantasias, máscaras, confetes e outros adereços. No comércio da região, é esperada alta que vai de 5% a 15%, com ticket médio de R$ 50 a R$ 100, conforme aponta pesquisa realizada pela Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas do Estado de São Paulo.
Ainda que a folia ocorra num período marcado por pagamento de contas como IPVA e IPTU e compra de materiais escolares, os lojistas estão esperançosos com a projeção, uma vez que o varejo contabiliza movimento expressivo desde o início de janeiro.
Exemplo é a gerente da Max Festa de São Bernardo, Fernanda Sales Colombo, que observou fluxo de clientes maior que o esperado nas lojas física e virtual. “Começamos a montar nosso estoque em outubro do ano passado e, de lá pra cá, é notória a maior procura por adereços, pelo menos uns 10% sabemos que cresceu”, aponta.
Com projeção de alta em 15% nas vendas, Fernanda aposta nas saias estilo ‘tutu’ e tinta neon. “Os carnavalescos apostam cada vez mais nas tintas e adereços. É um sucesso”, completa.
Já a concorrente Miamor, em Santo André, começou a montar o estoque em novembro do ano passado. Segundo o gerente do estabelecimento, Wellington Marques, a estimativa de alta nas vendas está superior ao ano passado, de 8% a 10%. “Ano passado crescemos 6%. Este ano nossa aposta será ainda maior. O pessoal está bem animado para o Carnaval. Acho que vamos conseguir”, projeta.
A aposta do empreendimento está centralizada nas fantasias, mas os ‘tutus’ e glitters também devem ganhar um bom espaço nas vendas. “Em 2019 todo o estoque de adereços foi vendido muito rápido. Tivemos até mesmo de abastecer no meio do caminho da festa”, brinca. “Esse ano queremos fazer o mesmo, zerar tudo”, enfatiza.
A foliã Larissa Rocha, de 26 anos, comemora a data desde criança, com participação em bloquinhos de rua e desfiles de escolas de samba.
Este ano, viu que as fantasias subiram de preço e, assim, optou por comprar adereços e reutilizar materiais dos anos passados. “Estou separando os glitters e as tiaras que sobraram para incrementar a minha fantasia. É o que dá para fazer”, comenta a estudante de Rádio/TV.
Para o presidente da Federação, Maurício Stainoff, ainda que com valor mais elevado os artigos carnavalescos podem ajudar os comerciantes a saírem da crise, visto que mesmo sem desfiles oficiais na região bloquinhos sairão às ruas do ABC e 15 milhões de foliões são esperadas para o Carnaval de rua de São Paulo.
Samantha Albuquerque Leite, de 21 anos, é exemplo. Ainda que sem desfiles em Mauá, participará do Carnaval de rua da Capital pelo terceiro ano consecutivo. “Não ter festa na cidade não impede quem gosta de Carnaval de curtir a data. Já estou procurando minha fantasia, meu cronograma de bloquinhos e vou curtir por lá”, garante.
“Devido à grande circulação de consumidores, incluir os itens sazonais – como fantasias, máscaras, serpentinas e confetes para chamar a atenção dos clientes – pode alavancar as vendas”, explica o presidente.
Além do varejo, segmentos ligados ao turismo, como hotéis, bares e restaurantes serão beneficiados, com faturamento estimado em R$ 8 bilhões, segundo a CNC (Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo). A pesquisa foi realizada com a participação das principais câmaras de lojistas do Estado. (Colaborou Nathalie Oliveira)