O juiz Fernando Martinho de Barros Penteado, da Vara do Juri e Execuções Criminais de São Bernardo, decretou na noite desta segunda-feira (03/02) a prisão temporária de Juliano de Oliveira Ramos Júnior, dentro das investigações da morte de Homuyuki Gonçalves, de sua esposa Flaviana e do filho do casal Juan Gonçalves, cujos corpos foram encontrados no porta-malas do carro da família, que estava em chamas na Estrada do Montanhão no dia 28/01.
Também estão presas Ana Flávia Menezes Gonçalves, a filha mais velha do casal, e sua companheira Carina Ramos. Esta última foi quem apontou Juliano para a polícia; ele é seu primo.
O rapaz que foi detido no final da noite, foi levado para a sede do DEIC (Departamento de Investigações Criminais) de São Bernardo para ser ouvido pelos delegados que cuidam do caso. Juliano é primo de Carina e está na lista de amigos de Ana Flávia em redes sociais. A polícia investiga ainda a participação de outras duas pessoas no crime.
Carina e Ana Flávia também estiveram à tarde no DEIC para prestar depoimento, mas não disseram nada, apelaram para o direito de somente falar em juízo. As duas ficaram menos de uma hora na delegacia e retornaram para a Cadeia Feminina. Porém, em depoimento na sexta-feira (31/01), Carina havia relatado que o crime aconteceu durante um assalto que, segundo ela teria sido perpetrado por Juliano e mais dois homens ainda não identificados.
O trio de assaltantes teria entrado na casa juntamente com a mãe de Ana Flávia, Flaviana Gonçalves. De acordo com o relato de Carina, já estavam na residência ela, Ana Flávia o irmão Juan e o pai Romuyuki, todos foram rendidos pelos trio que fez ameaças e exigiu dinheiro e objetos de valor. Os criminosos estariam de posse de duas armas de fogo.
Os assaltantes e as três vítimas saíram do condomínio no Jeep Compass da família, sendo que Juliano, segundo Carina, foi quem obrigou Romuyuki a entrar no porta-malas. Ao reproduzir partes do depoimento, o juiz relata inconsistências no depoimento de Carina, que disse que saiu do condomínio à frente do Jeep da família e depois perdeu o carro de vista. “Ela não esclareceu a contento a extrema coincidência de um dos assaltantes ser justamente seu primo”, disse Penteado.
O juiz determinou ainda busca e apreensão de objetos da casa do acusado que podem interessar a investigação, como objetos que tenham sido subtraídos da residência das vítimas.
Ana Flavia e Carina cumprem prisão temporária desde o dia 29/01, após, segundo relatou o delegado Paul Henry Verduraz, contradições nos depoimentos. Os advogados Lucas Domingos e Sebastião Siqueira, que atuam na defesa de Ana Flávia e Carina, disseram na saída da delegacia que as duas mantém a posição de que são inocentes. A defesa de Juliano de Oliveira Ramos Júnior não foi localizada.
Os familiares das vítimas constituíram advogado criminalista para acompanhar a apuração do caso. Flavio Menezes, irmão de Flaviana, disse que tem colaborado com a polícia, e que ainda não conseguiu viver o luto pelos familiares. “Não tive tempo de pensar ainda, não tive o luto da minha família ainda, nem de pensar em dor, estamos pedindo por Justiça”, disse em entrevista ao RD.