As vendas de material escolar na região, no início do ano letivo, devem ter alta de até 15% em relação ao mesmo período de 2019, conforme projetam lojistas. A previsão otimista se deve a uma comparação do momento econômico em que os consumidores vivem desde dezembro, aliado a promoções e facilidades no pagamento, ofertadas pelos estabelecimentos.
As redes Armarinhos Fernando, Miamor e Kalunga, com unidades em Santo André, almejam aumentar as vendas entre 10% e 15% em relação ao mesmo período do ano passado. Para isso, desde outubro do ano passado, os lojistas apostam no incremento do estoque. “Nossa expectativa de crescimento é de 10%, mas desde o Natal observamos movimento maior no setor que o esperado”, afirma o gerente da Armarinhos Fernando, Carlos Alexandre.
Quem pesquisar bastante antes da compra pode economizar até metade do preço nos itens solicitados pelas escolas. Enquanto um caderno de brochura custa R$ 9,99 na Miamor, na concorrente Armarinhos Fernando produto semelhante sai a R$ 4, diferença de 149,7%. Já um caderno de arame varia 21,5% nas lojas Kalunga e Armarinhos Fernando, sendo o mais caro na primeira loja, R$ 16,90.
Para os que desejam comprar uma mochila nova, a disparidade de preços também é grande, variação em 120,2%. Enquanto na Armarinhos Fernando o produto custa R$ 49,90, na Miamor material similar sai a R$ 109,90. Nas compras a partir de R$ 300, a Armarinhos oferece ainda desconto de 5% e no cartão as opções de parcelamento são de até duas vezes sem juros.
A fisioterapeuta Meire Silveira esteve na loja, na última semana, para comprar o material do filho matriculado no ensino fundamental e, mesmo com os descontos, declara ter observado alta nos preços e exigência excessiva na lista entregue pela escola. “A escola pediu 700 folhas de sulfite, mas ele usa somente duas folhas por matéria no momento das provas. É um abuso”, reclama.
Jucilene Souza de Assis, mãe de outro estudante do ensino fundamental, percebeu exigências abusivas, estas em relação aos artigos de higiene solicitados na lista, como caixa de lenço, escova de cabelo e nécessaire. “As crianças esquecem esses itens e a escola não se responsabiliza pelo sumiço, são materiais desnecessários. No ano passado, meu filho perdeu muitas coisas”, completa.
Especialista alerta para exigências abusivas
A recomendação da docente do curso de Pedagogia da USCS (Universidade Municipal de São Caetano do Sul), Cintia Helena Franco Pattaro, é que os pais acompanhem o planejamento das escolas para que não sobre e nem falte material escolar ao longo do ano letivo.
Na visão da professora, no momento em que os pais participam das reuniões pedagógicas, é possível ter uma ideia do que é gasto ao longo dos meses e questionar se todo material entregue no início do ano letivo é usado ou não. “Nessas reuniões, os pais conseguem ter uma noção do que a escola utiliza nas atividades e podem até perguntar o motivo de aquilo estar sendo pedido. É uma forma de os pais economizarem e saberem para onde vai o investimento”, orienta.
Embasado na Lei 12.886/ 2013, o Procon reitera que não podem ser inclusos na lista materiais de uso coletivo, higiene e limpeza ou taxas para suprir despesas com água, luz, telefone, impressão e fotocópia. As escolas não podem ainda exigir marcas e locais de compra do material, somente quando se trata do didático utilizado em apostilas.
Também é considerada abusiva a cobrança da taxa de material escolar sem a apresentação de lista. A escola é obrigada a informar quais itens devem ser adquiridos. Em relação à quantidade de produtos a serem adquiridos, a orientação é que o consumidor acompanhe junto com a escola o que é ou não utilizado para renovação ou aproveitamento de alguns itens do ano anterior. Se possível, a orientação inclui ainda compras em grupo, o que pode garantir descontos vantajosos. (Colaborou Nathalie Oliveira)