O ano começou difícil para Márcia Oscar, moradora de Mauá, que perdeu o filho recém-nascido, Lorenzo Oscar, nesta terça-feira (7/1), após ter o parto forçado pela equipe médica do Hospital e Maternidade São Lucas, em Ribeirão Pires. As informações passadas pela cunhada de Márcia e tia do bebê, Andréa Miron, são de que após indução e violência obstétrica o bebê nasceu sem oxigênio e com ferimentos.
“A mãe [Márcia] informou aos médicos que tinha um osso no colo do útero, que, mesmo com dilatação, poderia impedir o nascimento da criança, mas mesmo assim continuaram a induzir o parto, até com o uso de fórceps”, comenta a tia de Lorenzo. Márcia sentiu contrações na sexta-feira (3/1), quando seguiu para o hospital e para o processo de parto normal.
Outra acusação é a de que a equipe responsável teria introduzido o bebê de volta ao útero e realizado um parto cesária de emergência, o que poderia ser a causa da falta de oxigênio, dos ferimentos no corpo da criança e do traumatismo craniano. “Após todo esse processo, o Lorenzo foi encaminhado para o Hospital Mário Covas, onde já chegou entubado. Lá disseram que ele já havia chegado com diversos ferimentos e, caso sobrevivesse, não levaria uma vida normal, por conta da falta de oxigênio que teve no início”, explicou Andréa.
Já na terça-feira (7/1), dia em que Lorenzo morreu, o pequeno foi enviado ao IML (Instituto Médico Legal) e enterrado no cemitério Vale dos Pinheirais, em Mauá. A família já realizou Boletim de Ocorrência e aguarda resultado do laudo médico, que será divulgado no início de fevereiro. Tanto a mãe quanto o pai de Lorenzo preferiram não se manifestar por não se sentirem confortáveis no momento.
Segundo Andréa, a família entrará com ação judicial e fará Boletim de Ocorrência sobre violência obstétrica.
Procurada, a Prefeitura de Ribeirão Pires informa que está apurando, por meio do Comitê de Ética Médica do Hospital e Maternidade São Lucas, o atendimento prestado à paciente Márcia Aparecida Oscar. De acordo com informações do prontuário médico, a Administração relata que a paciente deu entrada na unidade hospitalar às 00h de sábado (4/1). “Estava em trabalho de parto inicial e foi assistida. Não houve registro de intercorrências até às 16h do mesmo dia, horário em que apresentou “quadro de distocia de rotação e progressão fetal”. Foi indicada, de acordo com registro de atendimento médico, resolução obstétrica, através de cesariana. O recém-nascido “apresentou intercorrências ao nascimento, sendo removido à Unidade de Terapia Intensiva do Hospital Mário Covas”, informa. “A Prefeitura de Ribeirão Pires lamenta o falecimento do bebê e prestará todo o suporte necessário à família da paciente Márcia Aparecida Oscar. A Secretaria de Saúde trabalhará para, o mais brevemente possível, esclarecer o ocorrido, adotando as medidas necessárias ao caso”, acrescenta.
Questionado, o Hospital Mário Covas não se posicionou formalmente sobre o assunto.