A Polícia Federal (PF) e a Controladoria Geral da União (CGU) entregaram o relatório final da Operação Prato Feito que investiga um suposto esquema de corrupção em contratos de compra de merenda escolar. Segundo reportagem da Folha de S. Paulo divulgada nesta quinta-feira (2), 158 pessoas foram indiciadas por participar de tais atos. Investigação avalia a possibilidade de irregularidades em contratos em Mauá e São Bernardo.
Segundo o relatório final obtido pelos repórteres Artur Rodrigues e Camila Mattoso, há um pedido da PF para que os bens apreendidos durante a operação, incluindo veículos e dinheiro, sejam revertidos para a própria polícia, entre os valores apreendidos estavam R$ 588 mil encontrados no apartamento do ex-secretário de Governo e Transportes de Mauá João Gaspar e R$ 87 mil na casa do prefeito Atila Jacomussi (PSB).
A apreensão aconteceu no dia 9 de maio de 2018, data da deflagração da Operação Prato Feito. Tanto Gaspar quanto Atila negaram qualquer irregularidade com o dinheiro encontrado. O prefeito ficou 37 preso e o ex-secretário mais de 40 dias. Ambos foram soltos após liminar obtida no STF (Supremo Tribunal Federal).
Em 13 de dezembro de 2018, Atila e Gaspar foram detidos novamente na Operação Trato Feito, que também fazia parte da investigação anterior, mas que nesse caso, avaliava um suposto esquema de pagamento de propina envolvendo o Executivo, 21 dos 23 vereadores, um suplente e empresários da cidade. Ambos ficaram presos por mais de um mês, e Jacomussi chegou a ser cassado, fato que reverteu na Justiça.
No caso de São Bernardo, não houve prisões, mas o então secretário de Assuntos Jurídicos e Presidente da Fundação ABC, Carlos Maciel, foi afastado dos dois cargos. Na época, o prefeito Orlando Morando (PSDB) chegou a fazer uma auditoria interna em todos os contratos referentes a merenda escolar, tanto de sua gestão quanto de gestões anteriores. O tucano negou qualquer participação no esquema.
Questionados sobre o assunto pela reportagem da Folha, Atila Jacomussi relatou que segue acompanhando o caso e reafirmou que tem “confiança nos esclarecimentos dos fatos” e de que não houve qualquer “envolvimento de qualquer crime”.
Orlando Morando afirmou que prestou todos os esclarecimentos para as autoridades, “tendo afastado qualquer relação com o objeto da investigação em seu depoimento” e afirmou que tal relatório lhe causou estranheza, pois considera que os apontamentos realizados são inverídicos.