O ano de 2019 foi marcado por grandes transformações na rede pública de saúde de Santo André. É o que afirmou o secretário de Saúde do município, Márcio Chaves, em entrevista exclusiva ao RDTv. Segundo Chaves, o principal objetivo das reformas feitas em 2019 e dos projetos de 2020 é ampliar a qualidade do atendimento por meio de integração de informações e informatização do sistema, além de capacitação dos profissionais e melhorias na estrutura física dos quase 70 equipamentos de saúde da cidade.
O secretário afirma que o processo de reformulação completa leva tempo, uma vez que a rede de saúde em Santo André e muito ampla e exige congregação de todas as instâncias – municipal, estadual e nacional – para que funcione bem. “Se não houver essa articulação, quem sai perdendo é o cidadão, que vai bater de porta em porta e dormir em filas para que os exames e consultas aconteçam”, afirma.
O trabalho posto em prática nos dois últimos anos teve início em 2017, com mapeamento e diagnóstico dos problemas da saúde municipal para que pudesse ser traçado plano de ação. Em 2019, 15 equipamentos de saúde, entre unidades de pronto atendimento, unidades básicas de saúde, centros de especialidade, infectologia e reabilitação, além de gestão, regulação e diagnóstico, passaram por reformas físicas para adequação e modernização no atendimento. Em 2020, a promessa é que, até o meio do ano, mais 15 unidades sejam reformadas. Com isso, as melhorias físicas atenderão cerca de 50% da rede de saúde da cidade.
Além das reformas, Santo André conseguiu zerar a fila para consultas em 46 especialidades e em 208 tipos de exames. Para Chaves, esses números são uma vitória, principalmente se considerado o tempo anterior de espera. “Um ultrassom para uma mulher grávida demorava 10, 11 meses. Isso, felizmente, nós conseguimos ajeitar”, declara.
Ao lado das reformas nas unidades, o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) de Santo André também passou por modernização em toda frota, com 14 novas ambulâncias, todas completamente equipadas.
Para esse ano também estão previstas reformas na UPA Central, que voltará a ser Faisa, com foco no atendimento da saúde da criança. No entanto, por conta da localização privilegiada do equipamento e do fácil acesso, o secretário afirma que o projeto pretende manter o atendimento de emergência para adultos. Com a reforma, a expectativa é aumentar a capacidade de internação do prédio em até 30 leitos.
Outro ponto de reformas em 2020 será o Centro Hospitalar Municipal – a Santa Casa – que já passa por trabalhos pontuais e gradativos de melhorias desde o ano passado. O serviço de internação, integrado com o pronto atendimento, também deve ser ampliado de 30 para 40 leitos. Haverá também reforma de outras alas, com objetivo de humanizar o atendimento. As obras devem ser entregues até o meio do ano.
A UPA da Vila Luzita também faz parte do cronograma de melhorias aguardado para esse ano. A reforma vai começar pela ala de internação e seguir, posteriormente, para os consultórios e recepção. A proposta é tocar as obras sem parar o atendimento ao público, algo que aparece como um desafio para a gestão.
Outra questão observada é a da distribuição gratuita de medicamentos. Em 2019, houve descentralização da entrega de remédios no ABC, antes realizada apenas pelo Hospital Mário Covas, que fica em Santo André. Como o equipamento já é localizado na cidade, Chaves afirma que o município foi o último a ser contemplado pela descentralização, mas que remédios como os psicotrópicos, por exemplo, já são distribuídos em outros pontos e que o estoque de medicamentos da cidade varia entre 92% e 94% da demanda.
Com essa gama de projetos, Chaves diz que a intenção é melhorar o atendimento aos cidadãos e facilitar o acesso às informações dos pacientes, com integração de prontuários para que possa haver, de fato, confluência entre as informações médicas do paciente para que o profissional da saúde tenha acesso ao histórico e consiga avaliar se houve evolução ou piora no quadro clínico. “Isso é muito importante para questão da saúde preventiva”, afirma.
A ideia é equiparar o equipamento de saúde pública com a privada e valorizar o SUS. No entanto, ainda há muito trabalho a ser feito, ponto que não é ignorado pelo secretário. “É inadmissível chegar em uma unidade de saúde e o banheiro estar fechado por falta de manutenção. Essa realidade a gente ainda vive, mas isso vai ser alterado”, completa.