Com o andamento do projeto de reforma do Cine Theatro Carlos Gomes, que tem previsão de entrega em maio de 2020, Santo André ganhará mais um polo de cultura na cidade. Instalado como bem tombado na rua Senador Fláquer, no Centro, o local teve sua última atividade em 2005, a partir daí, foram 15 anos sem uso. Em entrevista ao RDtv, a secretária de Cultura Simone Zárate conta porque o espaço é tão importante para a história da cidade.
Mesmo depois de todo esse tempo parado o espaço acumula admiradores dispostos a se mobilizarem para dar vida novamente ao patrimônio, como o movimento SOS Carlos Gomes na década de 1990, quando o antigo dono alugou o local para um comércio.
“Anos depois o trabalho deste grupo resultou na desapropriação do edifício pela prefeitura, que, de volta às origens, passou a receber atividades culturais, como o espetáculo teatral ‘Paranapiacaba – De Onde se Avista o Mar’ e trabalhos e aulas da Escola Livre de Teatro por exemplo. Em 1997 a Escola de Cinema em Vídeo, considerada inovação na época, também passou pelo cineteatro, onde oferecia formação em cinema e vídeo e apresentava projeções de filmes”, relatou Simone.
Após esse período, o patrimônio foi novamente deteriorado, até que teve seu saguão interditado e, posteriormente, o prédio inteiro em 2008. “Dois anos depois, outro projeto de reforma pela prefeitura estava em vista, mas não vingou, o que fez com que a sociedade civil se mobilizasse mais uma vez, mostrando o tamanho carinho pelo espaço que florescia cultura, mas dessa vez sem sucesso.
Tudo o que sobrou do espaço após anos sem utilidade, foram as paredes e dois terços do telhado, mas felizmente isso não impediu o investimento na reforma, que totaliza R$ 5 milhões”, relata a secretária.
Carregado de histórias de superação e resistência, o projeto de retomada do Cine Theatro Carlos Gomes pretende recuperar a alma do local, não só apenas como cinema, mas sim um espaço de convivência para a manifestação cultural dos munícipes.
“Os antigos cinemas serviam não só apenas para ver filmes ou apresentações, mas também como espaço para reuniões, jantares e exposições, pretendemos recuperar isso, fazer dele um cinema não tradicional e sim multiuso”, aponta. Simone ainda explica que shows e concertos também contemplarão o cine, além de mobiliário que propicia a convivência, como bancos para leitura por exemplo e até mesmo uma cafeteria.