A cena independente de música é responsável por lançar nomes a cada ano. Em cenário de cooperatividade, bandas e artistas buscam fortalecer uns aos outros para entregar ao público novas propostas de sons, letras e performances. Exemplo é a banda andreense Pin Ups, com quase 30 anos de estrada, que se apresenta no Sesc Santo André, neste sábado (21), com participação especial da banda Giallos e do duo Antiprisma.
Para Alexandra Briganti, ou simplesmente Alê, tocar em Santo André tem uma graça especial pela ligação que o grupo possui com a cidade. “Nós gostamos muito daqui, somos próximos, então voltar a tocar na cidade é sempre muito bom”, afirma. No repertório da apresentação, os fãs podem esperar sucessos, como Guts e Witkin, de álbuns anteriores da banda, referência do indie rock brasileiro. O foco, no entanto, é o novo disco Long Time No See, lançado no meio deste ano, que marca o retorno da banda aos estúdios após quase duas décadas.
A vocalista conta que o processo de produção do novo álbum foi diferente, principalmente, pela liberdade que a banda teve para produzir as músicas por exatamente um ano. “Foi realmente muito bom ter esse tempo para trabalhar dentro das nossas possibilidades, do nosso ritmo. Isso teve muita influência no resultado final”, afirma.
Outro fator determinante ao processo de criação foi a entrada do guitarrista, baixista e tecladista Adriano Cintra na banda, em 2018, o que deu ao grupo a oportunidade de trabalhar com outras formas de composição e arranjo. “A contribuição do Adriano permitiu que a gente arriscasse mais, tentasse coisas novas”, conta Alexandra.
E é justamente buscar inovação a cada novo trabalho o maior desafio de uma banda veterana. Ainda no processo de criação de Long Time No See, os integrantes da Pin Ups tinham como foco criar um trabalho novo não apenas na data de lançamento, mas na proposta apresentada, com sons que alternam peso e delicadeza, expansão e introspecção. “O mais difícil é isso, fazer um disco novo, que não soe em nada como os anteriores”, diz. O álbum traz 11 músicas, que alternam barulho e peso com momentos mais delicados e introspectivos e até uma faixa que flerta com o psyche rock do Spacemen 3.
Além da renovação interna, Pin Ups busca se atualizar no contato com novos grupos da cena independente de São Paulo e do ABC. Para a vocalista, isso e a união intensa entre os integrantes permitem que o grupo se mantenha coerente e coeso dentro do que acreditam artisticamente. “Não basta ficar parado naquilo que a gente conhece. A graça é essa troca, conhecer coisa nova e tentar”, declara.
Pin Ups ainda não tem projetos fixos programados para 2020, mas Alexandra garante que, mesmo com hiatos e trabalhos paralelos de todos os integrantes, o grupo se mantém muito próximo e, quando sobe ao palco, é como se a distância nunca tivesse existido. “Juntar todo mundo no palco é muito bom. Essa sinergia e o amor à música são o que importa”, completa. Além de Alê e Adriano Cintra, fazem parte da Pin Ups o guitarrista e baixista Zé Antonio Algodoal e o baterista Flavio Cavichioli.
Pin Ups e Convidados – Sábado (21), às 17h. No Sesc Santo André – rua Tamarutaca, 302, vila Guiomar. Entrada gratuita e classificação livre.