O presidente da Câmara de São Bernardo, Juarez Tudo Azul (PSDB), confirmou nesta terça-feira (17), que será levantado o recesso para a votação da revogação do aumento dos salários dos vereadores em 26,5% a partir de 2021. A medida foi tomada após reunião da base governista com o prefeito Orlando Morando (PSDB) que fez um “apelo” aos parlamentares.
Em contato com a reportagem, o tucano afirmou que a convocação para uma sessão levante será realizada durante a sessão extraordinária do dia 23. Como é necessário avisar os legisladores com 48 horas de antecedência para uma nova sessão, a análise da revogação ficará para o dia 26, ainda sem horário definido.
O acordo já foi feito pelos 17 vereadores da base governista que participaram de uma reunião na manhã desta terça com Orlando Morando. Em vídeo divulgado nas redes sociais, o chefe do Executivo relatou que fez um “apelo” aos vereadores para que realizassem a sessão para a revogação, fato que foi aceito.
Conforme antecipou o RD na última segunda-feira (17), a Comissão de Finanças e Orçamento formada por Bispo João Batista (Republicanos), Ivan Silva (SD) e Ary de Oliveira (PSDB) já estavam com um projeto pronto, mas que havia a necessidade de um convencimento de toda a base para que a proposta fosse colocada em votação.
A bancada do PT e representantes do Partido Novo também protocolaram propostas de revogação do aumento de salários de R$ 15.031,75 para R$ 18.975 a partir da próxima legislatura, porém, segundo integrantes da Casa, apenas a Comissão citada pode apresentar tal proposta.
A votação não acontecerá no dia 23, pois a próxima sessão é extraordinária e tem pauta específica, no caso, a votação em segundo turno da Reforma da Previdência Municipal e a proposta de autorizar a construção da unidade do Bom Prato Dia e Noite no Grande Alvarenga. O Regimento Interno da Câmara não permite a inclusão de itens na ordem do dia neste tipo de sessão.
Desgaste
O desgaste na imagem dos vereadores foi sentido poucas horas após a divulgação do acordo de lideranças que aprovou tanto a criação do 13º salário para os parlamentares quanto o reajuste. Internamente, houve muita irritação com legisladores que supostamente estavam alegando que não eram favoráveis as novas medidas e que também aprovaram os dois projetos.
Pelas regras da Câmara de São Bernardo é possível que uma proposta seja aprovada por acordo de lideranças. Cada partido representado na Casa tem um líder, os mesmos assinam um acordão que é lido pelo presidente do Legislativo em plenário. Logo após qualquer um dos 28 vereadores pode impugnar o acordo, basta ir ao microfone e se colocar contrário, algo que não foi feito na sessão ordinária do dia 11.
A tentativa de ganhar os holofotes por ter revogado o aumento virou motivo de disputa interna, outro fato que desgastou a relação entre os pares, principalmente entre aliados de Morando e apoiadores do ex-prefeito Luiz Marinho (PT).