Setores da sociedade civil de São Bernardo já se mobilizam contra o aumento do salário dos vereadores, de R$ 15.031,75 para R$ 18.975,00 a partir de 2021, além da criação do 13º salário, medidas aprovadas por acordo de bancadas na quarta-feira (11/12). Foi criado um abaixo-assinado eletrônico, que reuniu mais de 5,3 mil assinaturas em menos de cinco horas após sua criação. Até a Acisbec (Associação Comercial e Industrial de São Bernardo do Campo) divulgou nota de repúdio.
O aumento de R$ 3,9 mil no salário de cada parlamentar corresponde a 26% de reajuste. Com esse reajuste o salário atinge o limite constitucional de 75% dos vencimentos do deputado estadual. O impacto nas contas da Câmara do reajuste dos parlamentares mais o décimo terceiro salário será de R$ 1,4 milhão.
O presidente da Acisbec Valter Moura, disse em nota de repúdio que, enquanto a população se “aperta” para passar o fim de ano em meio à crise econômica os vereadores aumentam em 25% os próprios salários. “Temos que nos indignar e a sociedade mostrar seu inconformismo diante dessa situação. É um anúncio escandaloso, é preciso haver mobilização para evitar esses privilégios”.
Veja íntegra da nota da Acisbec:
Absurdo aumento nos salários dos vereadores de São Bernardo do Campo
Enquanto a população corta gastos, faz ajustes para conter despesas e se aperta para passar as festas de fim de ano em meio a crise econômica, os vereadores de São Bernardo do Campo aprovaram aumento de 26,5% de seus próprios salários. O vencimento dos parlamentares passará de R$ 15.031,75 para R$ 18.975,00 por mês para. Além disso, a casa autorizou a criação do 13º salário, ambas as medidas para a próxima legislatura. Temos que nos indignar e a sociedade mostrar seu inconformismo diante dessa situação. É um anúncio escandaloso, é preciso haver mobilização para evitar esses privilégios. Eles votam, aprovam e nós pagamos! Quantos milhões serão necessários para pagar os salários reajustados? É uma desconexão com a realidade e valores completamente acima da maioria da população. Defendemos que a Justiça suspenda essa decisão. Em muitos países a atividade de vereador nem é remunerada. É um absurdo que os políticos continuem tomando decisões desse tipo sem a participação popular. Cabe a todos nós pressionar, fiscalizar, avisar os amigos e lutar contra tudo isso.
Valter Moura, Presidente da ACISBEC