
Durante mutirão do Dezembro Laranja, campanha que visa alertar sobre o diagnóstico e prevenção do câncer de pele, 17 novos casos da doença foram diagnosticados entre os 157 pacientes atendidos.
Os interessados participaram inicialmente de palestra de 10 minutos sobre os riscos para o câncer de pele e as formas de prevenção. Em seguida, todos passaram por atendimento específico, com realização de exames dermatológicos e de dermatoscopia (avaliação de assimetria, bordas, coloração e diâmetro das pintas). “O índice acima de 10% de pacientes com tumores de pele diagnosticados no mutirão é preocupante e revela a importância desse tipo de iniciativa, que leva o atendimento até a população”, considera a professora de Dermatologia da Faculdade de Medicina do ABC, Cristina Laczynski, que coordena a campanha no ABC Paulista.
Cerca de 40 profissionais da FMABC estiveram envolvidos nos atendimentos, entre dermatologistas, médicos residentes e alunos de Medicina membros da Lapac – Liga de Atendimento e Prevenção às Afecções Cutâneas.
Alta incidência
Causado pelo efeito cumulativo da radiação solar, o câncer de pele normalmente se manifesta na população acima de 50 anos. A doença é provocada pelo crescimento anormal das células que compõem a pele. Conforme detalhado pela Sociedade Brasileira de Dermatologia, existem diferentes tipos de câncer da pele, que podem se manifestar de formas distintas. Os mais comuns são o carcinoma basocelular e o carcinoma espinocelular – chamados de cânceres não melanoma –, que apresentam altos índices de cura quando diagnosticados e tratados precocemente. Um terceiro tipo, o melanoma, apesar de não ser o câncer de pele mais incidente, é o mais agressivo e potencialmente letal. No entanto, quando descoberto no início, tem mais de 90% de chances de cura.
Segundo dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA), todos os anos surgem mais de 170 mil novos casos de câncer da pele – o tumor de maior incidência no País. A doença corresponde a 30% de todos os tumores malignos no Brasil. As principais características de risco são a presença de sardas, antecedentes na família, ferimentos que não cicatrizam com facilidade, pintas, sinais e verrugas que mudam de tamanho e cor, assim como lesões avermelhadas.
O horário que apresenta risco mais acentuado de exposição ao sol e que deve ser evitado é entre 10h e 16h, quando há maior incidência de raios ultravioletas. O filtro solar com mínimo de 30 FPS (fator de proteção solar) ainda é um dos principais meios de proteção e deve ser passado a cada duas horas ou após longos períodos de imersão na água. O uso de chapéus de abas largas, de óculos de sol com proteção UV e de roupas que cubram boa parte do corpo, que diminuem a exposição direta da pele ao sol, também é recomendado pelos dermatologistas.