A Defesa Civil de Santo André coordenará simulado de emergência com evasão de comunidade próxima ao Polo Petroquímico, em Santo André, e interdição de vias. O treinamento de segurança será feito neste sábado (7/12), a partir das 9h, com apoio do Comitê de Fomento Industrial do Polo do ABC (COFIP ABC) e do Plano de Auxílio Mútuo Capuava (PAM Capuava). O objetivo é preparar a comunidade e os órgãos públicos em caso de eventual emergência.
No simulado, o cenário de emergência envolverá a queda de um balão sobre um tanque de gasolina, o que provocará incêndio em parque de tanques com intoxicação e queimadura em trabalhadores. Em função da queima do combustível, a fumaça será emitida para a atmosfera e seguirá na direção das ruas Patagônia e Paquistão, no Parque Capuava, em Santo André, com casos de intoxicação.
“Um dos fatores que viabilizaram a realização desse simulado foi a criação do Centro de Operações Integradas, que proporcionou uma interligação entre Polícia Militar, Polícia Civil, Samu, Departamento de Engenharia de Tráfego e Defesa Civil. Cada órgão age de acordo com seus protocolos, de maneira integrada”, afirmou o coordenador da Defesa Civil de Santo André, Rafael Neves.
O principal risco externo para o Polo é a queda de balões. De 2001 a 2019, mais de 1.300 ocorrências com balões já foram registradas. Houve 83 em 2017, 123 em 2018 e 89 até outubro de 2019. “O ano passado atingiu a segunda maior marca já registrada na série histórica. O pico ocorreu em 2014, com o registro de 207 balões”, afirma o coordenador do PAM, Luiz Sarno.
O simulado, ainda, marcará a criação do Núcleo de Proteção e Defesa Civil (Nupdec), que avalia riscos naturais e tecnológicos. O Núcleo reúne 20 moradores da comunidade, que começam a atuar voluntariamente como coordenadores de evasão a partir de orientação da Defesa Civil e treinamento contínuo.
“Esse é o primeiro simulado com essa dimensão realizado na cidade. Servirá como preparativo para a realização de simulados em mais bairros da região”, afirmou o coordenador da Defesa Civil de Santo André, Rafael Neves.
Como funcionará
Dentro da unidade Q 3 ABC, a Braskem acionará a brigada interna de emergência para iniciar o atendimento e acionará, na sequência, o alarme de emergência para atuação conjunta do PAM Capuava. Na comunidade, a Defesa Civil analisará a necessidade preventiva de retirar a população exposta à fumaça.
Com a decisão tomada de evacuar as ruas Patagônia e Paquistão, a Defesa Civil acionará o Departamento de Engenharia de Tráfego (DET) para bloqueio das ruas, bem como a Guarda Civil Metropolitana (GCM) e a Polícia Militar (PM) para a segurança de moradores, que serão direcionados pelos coordenadores de evasão para ponto de encontro na praça Elis Regina, localizada no Parque Capuava.
Para treinamento do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência), haverá vítimas simuladas por inalação de fumaça. Após o incêndio ser controlado, a Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo) será acionada para o monitoramento da qualidade do ar na região afetada pela fumaça. Ao avaliar que o ar está em boas condições, a Cetesb comunicará a Defesa Civil, que autorizará o retorno dos moradores às residências.
Para garantir segurança, as ruas Patagônia e Paquistão serão interditadas para o trânsito de veículos. As duas ruas possuem em torno de 200 imóveis, entre moradias e estabelecimentos comerciais, então a expectativa é alcançar até mil pessoas.
“A probabilidade deste cenário se materializar é quase impossível, porque as indústrias químicas gerenciam os seus riscos, porém é premissa simular respostas a emergências para cenários críticos”, afirma coordenador executivo de Segurança, Saúde e Meio Ambiente do COFIP ABC, Carlos Barbeiro.
Por meio do PAM Capuava, brigadistas das empresas realizam o monitoramento permanente do céu. Quando um balão é avistado em rota de queda, os profissionais acionam o rádio de comunicação digital para fazer o alerta. Atuam com rapidez por meio de vias internas, que interligam as plantas industriais, e utilizam viaturas equipadas com canhões de água, que podem ser acoplados a qualquer linha da rede de hidrante das plantas, com possibilidade de abater o balão ainda no ar.
Para comunicação do simulado à comunidade do entorno, haverá ações de panfletagem, fixação de faixas, circulação de carro de som e envio de mensagens SMS, além de comunicação feita pelos coordenadores de evasão da própria comunidade, que receberam treinamento.