
Estamos a uma semana da Black Friday, data em que são oferecidos grandes descontos e é a última liquidação antes do Natal. Os estabelecimentos comerciais estão com cartazes com anúncio de promoções desde o início do ano e também já começou a temporada de contratações de funcionários temporários para dar conta do movimento a mais. A expectativa das associações comerciais gira em torno de um acréscimo de vendas entre 5% e 15% em comparação ao mesmo período de 2018.
Para o professor de economia e coordenador do Observatório Econômico, da Universidade Metodista, Sandro Maskio, há uma expectativa otimista em relação às vendas deste ano. “Tenho observado uma expectativa muito melhor do que em anos anteriores e aliado ao marketing, a propaganda e a possibilidade de preços atrativos com uma condição facilitada de pagamento pode ser interessante para o consumidor”, afirma. Uma parcela menor dos clientes, diz, se preparou para comprar o que precisa, mas os mais impulsivos são maioria, o que traz endividamento, porque o impulsivo usa o crédito ao querer antecipar o consumo. ”Este não se prepara (para a compra à vista)”, comenta.
Pedro Cia, presidente da Acisa (Associação Comercial e Industrial de Santo André), diz que a perspectiva está um pouco melhor para a Black Friday assim como para o Natal, pois o otimismo do consumidor está um pouco maior. Com a liberação dos R$ 500 do FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço) os consumidores já quitaram algumas dívidas. “Antes se esperava a primeira parcela do décimo terceiro salário para isso para então usar a segunda parte para as compras, mas este ano as vendas devem começar a esquentar mais cedo”, diz o dirigente ao estimar em 5% a alta nas vendas deste ano sobre 2018.
Esquenta
O vice-presidente da Acisbec (Associação Comercial e Industrial de São Bernardo do Campo), Valter Moura Júnior, é bem mais otimista. Espera um crescimento de vendas entre 12% e 15% se comparado com o ano passado e fez até uma ação, denominada Esquenta Black Friday, com a qual está com expectativa extremamente positiva. “Acredito que o comércio de rua está especialmente empolgado por conta da proximidade do Natal e com a economia dando sinais de crescimento os comerciantes já se prepararam”, analisa.
Para Moura Júnior, o tíquete médio em São Bernardo deve ficar próximo de R$ 160 e os itens mais vendidos serão os eletrodomésticos e eletroeletrônicos, com destaque para a telefonia celular. “Conversei com alguns comerciantes que disseram inclusive que vão esticar as ofertas para o restante do final de semana, portanto o movimento vai pelo menos até domingo, dia 1º”, ressalta.
A Aciam (Associação Comercial e Industrial de Mauá) estima aumento de 8% nas vendas do comércio varejista de rua. E o otimismo é em função da retomada no cenário econômico de incentivar o consumo, como o FGTS, e a primeira parcela do 13º salário. “O evento é uma boa oportunidade para os lojistas atraírem a atenção dos consumidores e também para liquidarem mercadorias que não tiveram boa saída durante o ano”, analisa o presidente da Aciam, Harry Horst Walendy Filho.