Diabetes, dores musculares e problemas cardiovasculares são apenas alguns dos sintomas que a obesidade pode ocasionar ao indivíduo. No Brasil, a doença apresentou alta de 67,8%, passou de 20,8 milhões de obesos em 2006 para 116,8 milhões em 2018, variação de 55,7%, conforme aponta o Ministério da Saúde.
Apesar de melhorar o cardápio, o brasileiro ainda opta por produtos processados e industrializados, além do consumo de itens calóricos e de baixo valor nutricional, o que contribui – junto de ansiedade, estresse e ingestão de alimentos sintéticos – para a condição da obesidade, responsável por matar 168 mil pessoas ao ano.
Os mais afetados são adultos com idades entre 25 e 34 anos, o que tem preocupado especialistas, uma vez que o metabolismo começa a desacelerar, a perda de calorias é prejudicada e o emagrecimento é dificultado. “Por isso, é essencial que desde cedo o cidadão adote o estilo de vida saudável com alimentação regulada e exercícios físicos diários”, orienta a endocrinologista do Hospital e Maternidade Brasil, Flávia Ricci.
Para resultado mais eficaz, o tratamento pode envolver medicamentos inibidores de apetite e ansiedade e, em casos mais intensos, pode ser indicada cirurgia bariátrica, um dos procedimentos mais seguros da atualidade, responsável por mais de mil cirurgias ao ano no Estado. Entre 2011 e 2018 a procura pelo procedimento disparou 85% – foram aproximadamente 500 mil cirurgias no Brasil, resultado da má disciplina da população.
O cirurgião geral e bariátrico do Hospital Brasil, Renato Barretto, explica que o Núcleo de Prevenção e Tratamento da Obesidade do Hospital Brasil reflete esse crescimento. “Em 2018, realizamos 224 cirurgias bariátricas no Centro. Este ano, em apenas sete meses, este número já aumentou, totalizamos 255 procedimentos”, conta.
Retomada
Para auxiliar na prevenção e no tratamento, Santo André lançou na quarta-feira (6) a Linha de Cuidado da Pessoa com Sobrepeso e Obesidade, com equipes multidisciplinares, ações de prevenção, diagnóstico e tratamento voltadas para as mais de 200 mil pessoas com sobrepeso na cidade (35% da população).
Na oportunidade, foi anunciada a retomada das cirurgias bariátricas, procedimento que estava parado desde 2016, para o qual três mil moradores foram indicados. O paciente deve buscar o Centro Hospitalar Municipal Dr. Newton da Costa Brandão, que dispõe de cirurgiões bariátricos, endocrinologistas e outras especialidades para o procedimento. As unidades básicas de saúde possuem ainda grupos de sobrepeso e obesidade com pacientes referenciados para equipe multiprofissional.
Região registra 2,2 mil consultas
Três das sete cidades da região registraram pelo menos 2.250 consultas com endocrinologistas ao mês. Quem elenca a procura é São Bernardo, que atende média de 850 pacientes, enquanto São Caetano 800 e Diadema 650. Em todas as cidades são disponibilizados serviços voltados à adesão de hábitos saudáveis e à redução de peso.
Em Diadema é possível participar de caminhadas e lian gong (prática corporal). Em casos extremos é aconselhado atendimento com endocrinologista no Hospital Estadual de Diadema, para cirurgia bariátrica. Em São Caetano há conscientização com jogos, receitas e palestras, além do Programa de Endoscopia e Cirurgia Bariátrica, retomado em 2018, que já operou 30 moradores. Em Ribeirão Pires, procedimentos cirúrgicos são encaminhados a hospitais de referência e, na Unidade de Saúde da Família do Jardim Luso, há projeto piloto voltado ao acompanhamento dos pacientes. Mauá e Rio Grande da Serra não responderam.