O serviço de radioterapia do Hospital Estadual Mário Covas, em Santo André, anunciado em 2017, deverá sair do papel ainda no primeiro semestre de 2020. A informação é do médico anestesista Desiré Carlos Callegari, superintendente do hospital, que dia 22 completa 18 anos de fundação. A destinação de aproximadamente R$ 5 milhões, advindos do governo federal, faz parte do pacote de obras e investimentos previstos para o próximo ano.
Este será o primeiro serviço de radiologia em hospital do ABC que atenderá pelo SUS (Sistema Único de Saúde). Programado para funcionar a partir de junho, o centro de radiologia está em fase final de intervenções e deverá atender em três turnos para suprir a demanda. “Temos apenas um serviço particular que atende o SUS na região e, ainda assim, numa parcela insuficiente. O percentual de pessoas que precisam da radiologia é alto e o equipamento atenderá”, afirma o executivo durante entrevista ao canal RDtv.
Atualmente, o serviço de radioterapia em Santo André é feito por empresa terceirizada, com custo mensal de R$ 227 mil. Com os custos 100% da união, a radiologia terá o governo federal como responsável pelo custeio de equipamentos e construção da parte física, enquanto a esfera estadual ficará com a manutenção das aparelhagens.
Outro investimento em curso é a revitalização da estrutura física do prédio com verba restante do repasse anual. Dentro do prazo de 24 meses para entrega, as obras – que iniciaram este ano – contemplam a reestruturação do Centro Cirúrgico com troca de portas e pintura, manutenção em pelo menos cinco andares e modernização da enfermaria com instalação de mais de 180 aparelhos de tevê. “O intuito é humanizar o atendimento e isso acontecerá até mesmo com os que estarão internados no hospital”, garante o superintendente do hospital.
Outro projeto programado para 2020 é a instalação de unidade de cuidados paliativos para pacientes em estado terminal, resultado da parceria de emendas parlamentares e governo do Estado. A projeção é que, com adesão de 12 leitos na ordem de R$ 1,3 milhão, o hospital atenda 800 pacientes/ mês, inclusive com serviço de internação. O objetivo é, a partir de julho, dar condições para que o paciente tenha convívio com a família no ambiente hospitalar. “Há cinco anos temos uma equipe especializada em pacientes paliativos e agora vamos concluir o projeto”, diz.
A rota de investimentos do hospital engloba ainda o agendamento para retirada de medicamentos em quatro farmácias de medicamentos de alto custo da região até 2021, o que beneficiará ao menos 40 mil pacientes, e a construção de um anexo administrativo com investimento médio de R$ 4,5 milhões para liberação da enfermaria. “O objetivo é disponibilizar o espaço para implantação de pelo menos 50 leitos”, acrescenta Callegari.
O Hospital Mário Covas – gerenciado pela Fundação do ABC/ OSS – atende pelo menos 70% da região com 140 mil consultas/ano e outras 10 mil cirurgias, principalmente, de alta complexidade. A unidade conta com aproximadamente 300 leitos, sendo 59 de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) adulta, 10 infantis e sete de neonatologia. Vinculado academicamente à Faculdade de Medicina do ABC, o hospital disponibiliza sua estrutura para desenvolvimento de atividades de ensino e contribui para a formação de profissionais.
Conferido em 2018 com a certificação de qualidade ONA (Organização Nacional de Acreditação), nível 3 (excelência), o hospital corre atrás de outra importante certificação, a canadense Qmentum Accreditation, titularidade que comprova que a instituição preza pelas práticas de gestão e assistência mais transparentes e seguras, igualadas a padrões de excelência internacionais. O processo já começou com auditorias desde o início do ano. “O empenho de cada um é essencial para mantermos o nível de atendimento e entregarmos serviço de qualidade. E é para isso nos esforçamos”, completa Callegari, que está à frente do hospital por mais dois anos.