O superintendente da Sabesp, Roberval Tavares, disse que Mauá precisa de obras urgentes para garantir o abastecimento neste verão e que a companhia estatal já tem um diagnóstico do que precisa ser feito. Segundo o dirigente, se a Câmara não votar rapidamente um projeto de lei autorizativo para o convênio, a Sama (Saneamento Básico de Mauá) não terá capacidade para levar água a todos os lares da cidade. Tavares se reúne com os vereadores para detalhar a proposta nesta sexta-feira (8).
“Já conversamos com o prefeito em duas oportunidades e os vereadores estão com algumas dúvidas e pediram para a gente ir lá amanhã (hoje) para conversar”, afirma. O próximo passo, diz, é a Câmara aprovar a lei autorizativa. “Os vereadores têm de tomar a decisão porque senão Mauá não terá água suficiente no próximo verão para abastecer a população. Eles (vereadores) já sabem disso e vamos levar a proposta”, disse Tavares.
A Sabesp informa já ter tudo preparado para dar início rapidamente às obras em adutoras que vão garantir que não falte água nas torneiras de Mauá. “Se houver aprovação a Sabesp já pode entrar com as obras assim como aconteceu em Santo André, mas tem de aprovar o mais rápido possível, se possível já na próxima quinta-feira (14) quando acontece a sessão da Câmara”, disse o representante da estatal.
Obsoleto
Para Roberval Tavares, o sistema de abastecimento de Mauá é antigo e está em condição pior do que o de Santo André, que a empresa assumiu em setembro. “Estamos afirmando isso, o sistema de Mauá é muito pior e precisa de obras, se o município não aceitar, ele não consegue ter água e a Sabesp pode entrar e fazer, mas primeiro tem de ser contratada”, reitera. O superintendente não detalhou quais os locais que receberiam as obras, mas sinalizou que o mapeamento está pronto. A Sabesp já tem até uma minuta do contrato, mas que só será disponibilizada após a aprovação da lei autorizativa.
O vereador Adelto Cachorrão (Avante) disse que, pelo menos da sua parte, o aval não será tão fácil de ser alcançado. “Não estou pronto para votar enquanto não se discutir pontos nebulosos; a questão da dívida de R$ 2,4 bilhões é um deles; o que vai ser feito dos funcionários da Sama e qual o investimento na cidade, são outros. Mauá perde em ligações clandestinas e vazamentos 47% da água é um dos maiores índices do Estado e a Sama está ciente disso. Além do mais não houve audiência pública sobre a concessão, então vou debater, aqui não é Casa da Mãe Joana e eu não vou por meu pescoço na guilhotina”, apontou.