Bete admite vice de outro partido e diz não ter mágoa de Avamileno

Pré-candidata a prefeita de Santo André, a vereadora Bete Siraque (PT) disse que seu vice pode ser de outro partido, desde que se aproxime das propostas de esquerda defendidas pelo seu partido. A petista disse que a saída do ex-prefeito João Avamileno, que filiou-se ao Solidariedade nesta sexta-feira (01/11), não teve a ver com a colocação de seu nome para o pleito de 2020. Ela adiantou ainda que pretende fazer, se eleita, um mandato voltado para as políticas afirmativas para a mulher e que vai garantirá participação feminina grande no primeiro escalão do governo. Ela foi entrevistada pelo jornalista Leandro Amaral, no RDTv desta sexta-feira (01/11).

Sobre candidato a vice Bete Siraque admite pode ser um nome de outro partido. “Mas tem que ser alguém que some que pense numa cidade planejada não apenas para quatro anos, mais inclusiva, educadora e acessível, que são marcas importantes da esquerda. Pode ser homem ou mulher”. Apesar da abertura para o posto de vice, Bete declarou que pretende ter uma equipe de governo, se eleita, com grande participação feminina. “Políticas afirmativas para a mulher vai ser um diferencial gigantesco do nosso governo que com participação maior da mulher no primeiro escalão”.

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Bete disse que a futura campanha visando a prefeitura vai buscar a valorização dos cinco mandatos petistas em Santo André (três de Celso Daniel, um de João Avamileno e outro de Carlos Grana). “Na gestão do Celso tivemos o projeto Cidade Futuro que se iniciou com os sonhos para a cidade e que resultou em uma série de debates. Isso está completando 20 anos. Neste período tivemos tantas experiências exitosas como o Hospital da Mulher, o Sabina, o Parque Escola, centros públicos de formação profissional, UPAs (Unidades de Pronto Atendimento), o Parque Central, os empreendimentos do Minha Casa Minha Vida e a reurbanização de favelas. Temos tantas experiências importantes construídas que tenho certeza que teremos um debate deste legado materializado das cinco gestões. Estamos com disposição para fazer esse debate”, relatou.

Ao comentar a crise do partido, reforçando várias vezes a palavra “golpe” como a queda da ex-presidente Dilma Rousseff e a prisão de Lula, Bete disse que o partido sofreu muito e isso trouxe resultados negativos para a sigla nos dois últimos pleitos, como a não reeleição do ex-prefeito Carlos Grana e a eleição do presidente Jair Bolsonaro (PSL). Apesar dessa crise, ela conta que os cinco parlamentares petistas de Santo André, mantiveram a postura da sigla e a oposição ao prefeito Paulo Serra (PSDB) de forma consciente. “Fizemos oposição com responsabilidade e com cuidado. Esse período que vivenciamos desde o golpe, com a prisão do Lula, trouxe para o PT momentos de introspecção, de reflexão e entristecimento, por tudo que nós fizemos pelo país, nos nossos governos municipais posso relatar inúmeras experiências exitosas ao longo das 5 gestões. Nesses três anos do governo Paulo Serra, não conseguimos identificar qual o projeto dele, muito pelo contrário logo de cara apresentou projeto que era de aumento do IPTU, que não era atualização simples da planta genérica, na verdade era um aumento exorbitante, algo estratosférico, e ganhamos o debate e ele foi obrigado a recuar. Depois veio o Semasa (Serviço Municipal de Saneamento Ambiental de Santo André) – cujo serviço de água e esgoto foi concedido à Sabesp – e o prefeito ganhou, mas fizemos o debate”, pontuou.

Em discurso político como se já estivesse em campanha, Bete partiu para o ataque, deixando bem evidente a já conhecida polarização entre PT e PSDB. “Agora vamos falar da publicidade. Em 2017 o gasto ficou perto de R$ 5 milhões; em 2018 aumentou para R$ 7 milhões e este ano R$ 10 milhões. Na Lei orgânica o gasto tem que ficar na média dos três anos, por que é ano de eleição”, criticou Bete já antecipando os futuros debates na Câmara.

Mágoa

Bete também disse não ter mágoas de Avamileno. “O João era o candidato, conversamos, mas ele não fez movimentação interna e lançou o Erick Elói que não era consenso dentro do PT. Nesse época o Eduardo Leite tinha colocado o nome e eu estava disposta a retirar para apoiar ele. Aí o Eduardo abriu mão e veio me apoiar. Estava disposta a ir para a prévia, mas naquela semana o João pegou todos de surpresa. Eu lamento, pois gosto muito dele, desejo sorte e felicidade e que faça um debate no campo da esquerda e de valores democráticos”, disse a pré-candidata.

O PT sai para a disputa majoritária com candidatos de peso disputando a Câmara. O marido de Bete, o ex-deputado, Vanderlei Siraque será candidato a vereador pelo PCdoB e o ex-prefeito Carlos Grana (PT) também deve disputar vaga no Legislativo. “Acho importante a candidatura do Grana a vereador, foi prefeito, é uma liderança grande no PT e para mim é honra tê-lo como candidato. Siraque provavelmente será o candidato a vereador pelo PCdoB”, anunciou.

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