Policiais civis do Deic (Departamento Estadual de Investigações Criminais) fecharam em Santo André, na manhã de terça-feira (29/10), uma central para aplicação do golpe do empréstimo. Ao todo 36 pessoas foram detidas na investigação desencadeada pela 4ª Disccpat (Delegacia da Divisão de Investigações sobre Crimes contra o Patrimônio), que, durante apurações, detectou o esquema criminoso que tinha como chamariz o crédito consignado.
Conhecido como “arara”, o local simulava um escritório comercial para enganar o público. Os criminosos ofereciam dinheiro a juros baixos desde que antecipassem o pagamento de taxas de administração no valor, em média, de R$ 300. A vítima pagava e nunca recebia o dinheiro contratado. Todas as tratativas eram realizadas por telefone ou Internet e, para evitar que o esquema fosse descoberto, os responsáveis montavam e desmontavam a sede, permanecendo nos imóveis em curto prazo, além de trocarem a cada 15 dias os telefones de contato.
A equipe do Deic tentou deter os responsáveis na semana passada, mas os criminosos haviam transferido a sede para outro endereço – avenida Utinga, descoberto nesta terça-feira. O aparato havia sido montado sem nenhuma identificação, no andar superior de uma igreja.
A equipe ainda encontrou no local documentações de vítimas, como dados cadastrais de instituições financeiras. O dinheiro dos golpes era depositado em 20 contas bancárias alugadas por correntista com a promessa de receber um percentual. Um levantamento preliminar informa que a quadrilha agia havia seis meses. A “produção” dos golpistas chegava a atingir 100 pessoas por dia. “Com isso a quadrilha movimentava cerca de R$ 30 mil por dia”, explicou o delegado Roberto Afonso da Silva.
Na ação, os agentes flagraram os 36 golpistas em pleno trabalho. São 32 mulheres, dois homens e dois adolescentes. Todos admitiram que sabiam do golpe, sendo que ganhavam por comissão. Os adultos respondem por estelionato, associação criminosa e corrupção de menores. Os adolescentes foram sindicados pelo estelionato e pela associação criminosa.