O número de homicídios na região como um todo teve sensível queda se comparado o período de janeiro a setembro deste ano com o mesmo período do ano passado. A queda foi de 4,47% passando dos 134 assassinatos registrados em 2018 para 128 no mesmo período de 2019. Porém chama atenção a alta das mortes violentas em quatro das sete cidades do ABC.
A alta mais significativa foi em São Caetano, de 300%. Na cidade, porém o número de casos é pequeno, o menor do ABC, foram registrados 3 casos este ano e nenhum em 2018. A segunda maior alta foi na menor cidade em população na região, Rio Grande da Serra, onde o número de mortes violentas subiu 150%, passando de dois para cinco casos de homicídio. A terceira maior alta aconteceu em Santo André onde foram mortas 35 pessoas em 2018 e o número saltou para 40 este ano, alta de 14%.
Os números consolidam realidade de que São Caetano é a cidade menos violenta. Considerando o índice de homicídio por 100 mil habitantes, a chance de alguém ser assassinado em Mauá, onde o índice é de 5,92%, é mais de 3 vezes maior do que em São Caetano que teve índice de 1,86. Comparando São Caetano com Rio Grande da Serra, cujo índice foi de 9,83 este ano a chance de ser morto em terras rio-grandenses é cinco vezes maior.
São Caetano X Rio Grande
Pela ordem das cidades mais violentas para cada grupo de 100 mil pessoas, Rio Grande lidera o ranking com índice de 9,83, seguida de longe por Mauá (5,92), depois vem Santo André (5,56); São Bernardo em quarto (3,81); Diadema (3,77), Ribeirão Pires (3,24) e São Caetano (1,86).
Outro destaque do comparativo foi a melhora da situação de violência em Diadema. Se considerado apenas o quesito homicídio, a cidade que, de janeiro a setembro do ano passado era a mais violenta com 5,89 mortes para cada grupo de 100 mil habitantes, agora é apenas a quinta colocada, só não é melhor que Ribeirão Pires e São Caetano.
Para o coronel Renato Nery Machado, comandante da Polícia Militar no ABC, a alta aconteceu por conta de alguns tipos de crimes que são de difícil prevenção. “Casos que aconteceram em ambientes fechados como bares ou em discussões em que autor e vítima se conhecem”, disse o comandante que considera a alta sensível em parte da região. Nery disse que, no geral, o ABC tem tido quedas seguidas do número de mortes violentas e citou, além do número menor de mortes , o aumento da apreensão de armas de fogo. “Temos um bom número de armas apreendidas e isso contribui para a redução”.
Um fator novo na região que não estava presente nos nove primeiros meses do ano passado é o Baep (Batalhão de Ações Especiais de Polícia) que foi implantado no estado e tem uma pelotão só para o ABC. “Como essas viaturas estão mais no policiamento ostensivo, já que as chamadas para o 190 são atendidas pelas viaturas de rádiopatrulhamento, elas tem garantido uma ostensividade maior. Além disso temos feito de três a quatro operações semanais nos locais de maior incidência, que são destacados pela estatística diária e pelas reuniões quinzenais que temos feito e isso tem trazido bom resultado”, explicou o oficial da PM.