Entre as preocupações dos jovens que fazem o Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) nos dias 3 e 10 de novembro está a temida redação. O tema escolhido para o ano, que acumula escândalos políticos, pode deixar os vestibulandos apreensivos na hora dos estudos. Apesar das tensões e angústias, é possível contornar a situação e escrever um bom texto se forem tomados os cuidados necessários.
A coordenadora de redação do Colégio Singular, Gabrielle Zanardi, explica alguns métodos para chegar preparado no dia da prova. “Começar a prova pela redação é a melhor opção, pois o participante não está cansado. Com a cabeça mais livre tem mais chances de elaborar um bom texto”, diz. Gabrielle também fala sobre o tempo ideal para reservar para a escrita: “indicamos 1h30 para fazer a redação, assim é possível organizar bem o tempo para o restante da prova”.
Focar no texto de apoio é algo essencial para não fugir da proposta do tema estabelecido, segundo a coordenadora. “Grifar as partes mais importantes assim que começar a ler o texto ajuda a entender o que é pedido, porém o repertório do estudante é muito importante neste momento. Ler livros e ver filmes e séries históricas são alternativas para construir isso”, conta. A especialista ainda ressalta que a estrutura da redação do Enem sempre pede por uma proposta de intervenção, como órgãos públicos e ministérios, para resolver uma problemática social estabelecida. “O cuidado que o vestibulando precisa ter com isso é sobre como ele vai abordar a proposta, sendo neutro ou favorável ao assunto em questão, de acordo como o que a proposta pede”, explica.
O rascunho é espaço em que o participante pode se permitir errar e corrigir os erros, portanto deve revisar o texto quantas vezes forem necessárias, aponta a docente. “Iniciar o rascunho ainda no momento da leitura do texto de apoio pode ajudar a estruturar melhor o texto e ter mais segurança para passar a limpo depois”, diz.
Top 5
Para os possíveis temas da redação que podem ser protagonistas da edição, a coordenadora separou um Top 5 dos que mais têm chances de cair na prova.
- Descarte incorreto e acúmulo de lixo – O problema – que é de dimensão global – pede por alternativas sustentáveis para resolução, de acordo com Gabrielle. “A problemática do lixo é uma ameaça para o planeta e é uma questão da atualidade. Fontes renováveis e e-lixo também se enquadram na proposta”, aponta.
- Crise hídrica – A escassez de água é um dos principais problemas de escala global segundo Gabrielle, que exemplifica questões a serem abordadas dentro do tema. “A baixa reserva de água e o uso inconsciente da mesma são uma preocupação persistente. Problemas com irrigação e aumento populacional por exemplo podem ser apontados no texto”, diz.
- Envelhecimento da população – Com a diminuição da taxa de natalidade e o aumento da qualidade de vida, a população tende a ficar predominantemente mais velha e essa questão abrange várias problemáticas. “Esse fato acarreta na menor produção econômica nos países por exemplo devido à maior quantia de pessoas aposentadas e à baixa na quantidade de jovens que entram no mercado de trabalho”, explica Gabrielle.
- Doação de órgãos – Pouco discutido, mas muito importante. “A falta de informação das pessoas em relação a esse importante ato, que é a doação de órgãos, faz com que as filas para transplantes dos hospitais se tornem imensas. Campanhas de conscientização e mais autonomia para quem autoriza a doação de órgãos após a morte – uma vez que os familiares podem impedir – são medidas importantes a serem tomadas”, diz a coordenadora.
- Ensino domiciliar – A polêmica questão que veio à tona ainda no início de 2019 pode pautar diversas formas de intervenção. “É possível descrever diversos impactos que essa prática causaria para a sociedade. A regulamentação para garantir que crianças e jovens realmente estudem em casa e o que a falta do convívio social acarretaria na vida das pessoas podem ser formas de abordar o assunto no texto”, orienta Gabrielle. (Colaborou Letícia Vasconcelos)