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Após uma denúncia, a Polícia Militar encontrou, na quinta-feira (19/09) em um conjunto de salas comerciais na rua Vereador Júlio Agostinho 44, no bairro de Piraporinha, em Diadema, centenas de caixas com vários tipos de remédios que estariam sendo distribuídos gratuitamente à comunidade.
A ONG (Organização não Governamental) São Luiz seria a responsável pelos remédios e estaria ligada ao vereador Rodrigo Capel (PV), já que duas pessoas que se apresentam como responsáveis pela entidade são assessores parlamentares e ele admite que advoga para a instituição.
A denúncia levada a conhecimento da Polícia Militar dava conta de distribuição de medicamentos de origem duvidosa. Mas ao adentrarem ao imóvel os policiais perceberam que se tratava de medicamentos identificados como amostras grátis.
O caso foi levado ao 2º Distrito Policial de Diadema, onde o delegado Marcos Dario Mariano Silva registrou o caso apenas como localização de objetos e não houve apreensões, mas foi solicitada vistoria da Vigilância Sanitária do Município, que aconteceu nesta sexta-feira (20/09), quando então os medicamentos foram retirados do local. Silva disse que todo o material recolhido ficará em um depósito da prefeitura e as investigações ficaram a cargo do SIG (Setor de Investigações Gerais) da Delegacia Seccional de Diadema.
Os assessores parlamentares Silvia Jarrete Granadeiro, de 49 anos, e Alexandro Podgorski da Silva, de 46, disseram à polícia que os medicamentos, todos de amostras grátis foram conseguidas por laboratórios e representantes farmacêuticos e eram distribuídas à comunidade carente. Silva disse ainda que o vereador não é dono ou dirige a instituição, que apenas é advogado da ONG.
O vereador nega qualquer irregularidade. “Estão querendo imputar meu nome a uma situação ilegal, mas tudo o que disseram até agora não é verdade; a ONG não é minha, o local não é meu, o prédio não está alugado por mim. Estou como advogado buscando regularizar a Ong, inclusive já levei a documentação ao cartório e no conselho regional de farmácia. A Silvia já tinha esse projeto social há anos, antes de eu conhecê-la. Ela é minha assessora há pouco tempo. Lá não tem nenhum medicamento que não seja de amostra grátis. Tem um médico e um farmacêutico que inspecionam tudo”, disse o parlamentar.
Perseguição
O vereador Rodrigo Capel, que nem chegou a ser ouvido na delegacia, diz é vítima de perseguição política. “Tudo vai ser esclarecido com a vistoria da vigilância que não vai encontrar nada lá além de amostra grátis. Eu jamais me envolveria num esquema de contrabando de remédios ou de venda ilegal, tenho nome e trabalho na cidade. Foi só o meu nome passa a ser ventilado como candidato a prefeito que aconteceu isso covardemente contra um projeto que existe há mais de 10 anos”. O nome de Capel vem sendo especulado como candidato do governo à sucessão do prefeito Lauro Michels (PV) que já está em seu segundo mandato. Inicialmente o candidato seria o deputado estadual Márcio Paschoal Giudício, o Márcio da Farmácia (Podemos), que declinou do convite alegando problemas de saúde.
O denunciante foi Jeverson Rosa que é integrante do MBL (Movimento Brasil Livre) e filiado ao partido PSL. “Estão fazendo uma tempestade, ninguém chuta cachorro morto, mas depois que for esclarecido ele vai ter que responder também por tudo que fez. Essas coisas não vão me desanimar, ao contrário, só me dar mais força porque mostra que estou no caminho certo. Esse rapaz tenta prejudicar todo mundo, mas quem ele prejudicou para valer foram centenas de pessoas carentes que estavam contando com a entrega da medicação e não vão ter mais por um tempo. Ele agora que vai ter que se explicar para muitas mães cujos filhos têm epilepsia e pegavam medicamentos lá diariamente. O que essas mães vão fazer agora? Esse menino não tem ideia do mal que ele praticou”, concluiu o vereador.