Às vésperas do Dia da Árvore (21 de setembro), grupo da terceira idade saiu em defesa das árvores da praça Castelo Branco, no Centro de Diadema, ameaçadas de serem derrubadas dentro do projeto de reforma do espaço público. Além de usar a Tribuna Livre na Câmara durante a sessão legislativa nesta quinta-feira (19), os idosos foram até a praça promover um abraço às árvores marcadas para serem derrubadas.
Miriam de Vasconcelos Santos representou o grupo na tribuna. “Não sabemos o que vai acontecer, se fala que ali vai virar um estacionamento. Aquela praça tem uma importância muito grande para nós, viemos em 10 pessoas para representar os grupos da terceira idade de Diadema. Aquelas árvores são muito importantes para nós, aquela praça tem história e queremos saber o que vai acontecer, não estamos contentes com a destruição da praça”, disse.
A insatisfação da moradora de Diadema há 60 anos encontrou apoio de alguns vereadores. “Lamentavelmente os idosos da nossa cidade poderiam estar realizando várias atividades e estão aqui lutando pela preservação de uma praça. Somos contrários à desfiguração da praça”, defendeu o vereador Ronaldo Lacerda (PT).
Depois de usar a tribuna Miriam e seu grupo foram até a praça Castelo Branco e promoveram um ato em defesa das árvores marcadas para serem derrubadas. Segundo a Prefeitura, 14 exemplares arbóreos serão cortados, 4 deles já estão mortos e o restante será retirado para adequação ao projeto. Outras 23 árvores serão removidas e replantadas fora da praça. A administração diz que 70 mudas serão plantadas para compensar as que forem retiradas.
A pretensão de remover as árvores virou inquérito civil, através do Ministério Público que pretende apurar queixas da sociedade civil. Em novembro, o Comdema (Conselho Municipal de Meio Ambiente) aprovou a última versão do projeto de reforma, que fora construído de forma a manter o traçado original da praça, que é tombada pelo Patrimônio Histórico local e evitar a remoção das árvores. O presidente do Comdema, Francisco de Assis Cardoso, sustenta que o projeto que foi aprovado e o que está sendo implantado são diferentes. “O Comdema não autorizou a remoção das árvores como sustenta a prefeitura”, aponta. A Prefeitura diz que o projeto foi aprovado e, portanto, os cortes e remoções também. Diante do impasse o MP determinou nova votação no Comdema, que aconteceu terça-feira (17). Os membros da sociedade civil votaram contra, mas os conselheiros ligados ao governo, em maioria, garantiram a aprovação do projeto. O Comdema estuda medida jurídica para evitar o corte.
A secretária de Meio Ambiente, Tatiana Capel, disse que vai preparar a ata da reunião, publicar nos atos e depois informar a promotora de Meio Ambiente, Cecília Maria Denser de Sá Astoni, para que a obra possa seguir o projeto.