Prefeitura de Diadema consegue aprovação para derrubar árvores da Castelo Branco

Em reunião na noite desta terça-feira com os conselhos de Meio Ambiente (Comdema) e de Patrimônio Histórico, a secretaria de meio ambiente da prefeitura de Diadema conseguiu a maioria de votos (10 a 7) para derrubar 14 árvores e remanejar outras 23, para dar andamento ao projeto de reforma da praça Castelo Branco no Centro de Diadema, cujas obras tiveram início este mês. A reunião foi um pedido do Ministério Público, que tem em andamento um inquérito civil para apurar denúncia de supressão de árvores e a criação de um bolsão de estacionamento no calçadão que cerca a área verde.

Os representantes da sociedade civil no Comdema, que é formado ainda por integrantes do governo,  votaram contra o projeto porque entenderam que há diferenças do projeto votado pelo conselho e o que está sendo implantado e porque também não havia a previsão de remoção de 14 árvores, e sim de apenas 5. Em menor número, mesmo votando contrariamente ao projeto de manejo arbóreo os conselheiros foram vencidos.

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Alguns participantes da reunião vieram munidos de cartazes contra a intenção da prefeitura de derrubar. (Foto: George Garcia)

A secretária de Meio Ambiente, Tatiana Capel, vai encaminhar o resultado da votação ao Ministério Público e o projeto da prefeitura segue sem alterações. Das 169 árvores 14 serão suprimidas e 23 transplantadas, algumas delas, os jerivás, por exemplo, vão ser replantados fora da praça, nos canteiros próximos ao quilômetro 16 da Rodovia dos Imigrantes, distante 1.400 metros do local. A prefeitura sustenta que, pela legislação deveria plantar 40 árvores para compensar as que serão retiradas, mas vai plantar 72. “Para adequação do projeto foi necessário a remoção dessas árvores. Trouxe os técnicos para mostrar  que é uma interferência necessária, principalmente as árvores que estão em baixo da rede elétrica terão que ser removidas porque já vem sofrendo ao longo dos anos uma poda e não tem condições nenhuma de permanecer. O traçado original vai ser mantido, essas sete árvores, que não estavam no projeto na votação em novembro, foi necessidade do projeto. Tenho certeza que depois de pronto, as pessoas vão gostar muitíssimo do resultado. Prefeito quer que a cidade seja mais arborizada. Desde a minha gestão para cá já plantamos 3 mil árvores”, justificou a secretária.

Intervenções começaram há 10 dias na praça. (Foto: George Garcia)

A presidente do conselho do patrimônio histórico, Loli Gagliardi, disse que vai analisar mais detalhadamente o projeto que está no Ministério Público. “O que foi apresentado em novembro não reflete o projeto real, agora com a explicação técnica da secretaria, ficou mais claro, embora algumas árvores vão sair por conta de adequação ao projeto e havia um compromisso de não cortar. A parte do patrimônio ainda não ficou resolvida”.

O vice-presidente do Comdema, Francisco de Assis Cardoso, disse que só há o que lamentar. “O Poder Executivo, tinha um projeto aprovado no final do ano passado, que infelizmente não foi implementado o que está sendo feito agora, com esse remanejo de árvores, significa que o projeto foi alterado. É a concretização de um atropelo, hoje foi a confirmação de que o que está sendo implementado é diferente do que foi aprovado”.

 

 

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