A defesa do consultor Sérgio Pompeia, que presta serviços ao Centro Logístico Campo Grande, sustenta que não houve indiciamento no inquérito que corre na Dicma (Delegacia de Investigações sobre Infrações Contra o Meio Ambiente) de Santo André. O advogado Luiz Carlos de Castro Vasconcelos disse que apesar do inquérito ter sido instalado, e constar na capa do mesmo o nome do consultor como indiciado, isso só se dará ao fim das investigações caso o delegado Luis Guilherme de Sylos Cintra Marcondes, avaliar que há elementos para o indiciamento.
Na quarta-feira (12/09) o RD teve acesso ao inquérito instaurado na Dicma para apurar eventual fraude em laudos ambientais. Esse inquérito surgiu depois que a Justiça encaminhou à delegacia especializada informações obtidas na apuração de um processo que Pompeia move contra o advogado e ambientalista Virgílio Alcides Farias, presidente do MDV (Movimento em Defesa da Vida do ABC). O consultor processa Farias por calúnia e exige reparação moral por conta do discurso do ambientalista em uma das audiências públicas do Centro Logístico, empreendimento que espera autorização dos órgãos ambientais para ser implantado na região de Paranapiacaba. Farias aponta o que considera irregularidades e a justiça mandou a polícia investigar.
“Embora na etiqueta padrão da delegacia aparece o nome do Sérgio (Pompeia) como indiciado, não houve qualquer indiciamento, que é um ato formal do delegado após as investigações. Tecnicamente o delegado não tem informações suficientes para o indiciamento de qualquer pessoa. O consultor é apenas averiguado”.
A reportagem questionou a Polícia Civil através da assessoria de imprensa da Secretaria de Segurança Pública, perguntando qual o enquadramento de Pompeia no inquérito da Dicma. Em nota a secretaria confirmou a investigação. “A Delegacia de Infrações Contra o Meio Ambiente (DICMA) de Santo André instaurou inquérito policial, a pedido do Ministério Público, para investigar um homem por suposto crime ambiental. A unidade solicitou informações junto à Vara da Fazenda Pública do município e ao Ministério Público Federal, e encaminhou o inquérito à Justiça, com solicitação de prazo para prosseguimento das investigações”. O CPEA (Consultoria, Planejamento e Estudos Ambientais) empresa de Sérgio Pompeia, divulgou nota (abaixo) em que classifica a reportagem de “notícia falsa”.