Laura Demarchi não é mais a secretária de Políticas Públicas para as Mulheres em Mauá. A exoneração foi oficializada quarta-feira (4), após reunião com o secretário de Governo, José Veríssimo Fernandes. Segundo a advogada, houve divergências com a prefeita Alaíde Damo (MDB) sobre questões ligadas à sua Pasta, principalmente sobre a instalação da Casa de Passagem, equipamento que faz parte de acordo regional.
Todo o imbróglio começou com a mudança de ideia de Alaíde Damo sobre o equipamento que estava em pauta na cidade desde junho do ano passado, durante o primeiro período de interinidade da emedebista no comando da cidade. Segundo a agora ex-secretária, a chefe do Executivo emitiu preocupação sobre as futuras internas do local e das consequências eleitorais em relação aos problemas que poderiam acontecer.
“Ela (Alaíde) mudou de opinião de uma hora para outra. Estava trabalhando nessa história da Casa de Passagem há um ano e aí ela veio e me falou que não queria mais a Casa na cidade, pois segundo ela se acontecesse algum problema com alguma interna, isso não resultaria em voto. Desde então, não houve mais nada a se fazer”, explicou.
O novo equipamento que abrigaria mulheres vítimas de violência doméstica teria como sede um prédio que pertence à Prefeitura de Mauá. A cidade já estava em busca de recursos a partir de emendas de deputados federais e o Consórcio Intermunicipal Grande ABC tinha o acordo para gerenciar o local.
O RD entrou em contato com o secretário executivo do Consórcio, Edgard Brandão, que explicou que já sabia sobre a situação de Mauá, mas que o projeto segue normalmente. “Em Mauá demoraria três anos para reformar o prédio, então temos procurado um local no eixo Santo André-São Bernardo-Diadema, próximo das casas abrigo para que as mulheres que passam por essas casas possam ficar mais próximas. Estamos em busca de um local alugado para isso e de verbas no governo federal, mas a Casa de Passagem segue normalmente, só não será em Mauá”, afirma Brandão.
Questionada sobre a exoneração de Laura Demarchi, a Prefeitura de Mauá apenas confirmou a data de exoneração e que ainda não foi definida a substituta.
Bastidores
Segundo fontes próximas do Paço, existe a possibilidade da exoneração de outros quatro secretários. O objetivo é emplacar nomes de aliados dos vereadores para garantir apoio caso o ex-prefeito Atila Jacomussi (PSB) consiga retornar ao cargo por definição do Judiciário. O julgamento ocorre na próxima segunda-feira (9).
Outra informação dos bastidores é que já existem outros dois pedidos de cassação, que podem ser avaliados pelo Legislativo caso Atila volte ao comando do Paço, fato que faz parte da articulação dos cargos do primeiro escalão