Um dos principais memes da internet é a capa do disco Chico Buarque de Hollanda, de 1966, em que o compositor aparece com uma cara alegre e outra triste. É exatamente essa a sensação sobre as notícias do setor automobilístico da nossa região nesta quinta-feira (29). Volkswagen e General Motors (GM) protagonizaram o sentimento bipolar no noticiário econômico.
Os alemães destacaram os investimentos de R$ 2,4 bilhões na planta de São Bernardo, ao avisar ao governador João Doria e ao prefeito Orlando Morando (ambos do PSDB) sobre a geração de 1,5 mil empregos. Enquanto isso, os americanos abrem um Plano de Demissão Voluntária (PDV) de três dias na busca para reduzir em 100 vagas o time de engenheiros.
Convenhamos que aquilo o que foi sentido com tais notícias é exatamente o que sentimos todos os dias. Em alguns dias temos informações de novos investimentos como os anunciados na própria Volks, no ano passado, e na Scania, em São Bernardo, neste ano, além da própria GM após a crise do início de 2019.
Em outros instantes os fatos são os piores possíveis como o que ainda ocorre com a planta são-bernardense da Ford. O que é claro para todos é que o governo federal precisa agir imediatamente para conquistar de fato a confiança das empresas, como as automobilísticas. Os governos estaduais e municipais têm seus respectivos limites para atrair os investimentos privados, mas o principal é de responsabilidade direta da União.
Toda ajuda é bem-vinda, mas é necessário que haja verdadeira união (independente de cores partidárias) de todos os entes públicos para que os investimentos possam surgir. A Ford é o próximo passo e não são apenas Doria, Morando e o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC que devem entrar em campo para enfrentar o adversário, que é a crise econômica no País.