O ABC inchou, em termos populacionais, 0,66% segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) que divulgou nesta quarta-feira (28/08) a contagem populacional do país. Em um ano, foram registradas mais 18.317 pessoas na região, mais de 50 pessoas por dia que nasceram ou se mudaram para uma das sete cidades, o equivalente a um ônibus com todos os assentos ocupados ou cinco vans e meia, do tipo Kombi, chegando diariamente. Apesar do crescimento a região cresceu menos do que o total do país, que aumentou a população em 0,77%, chegando a 210,1 milhões de brasileiros.
A população do ABC já é de 2.789.871 pessoas segundo a contagem do IBGE. Essa população corresponde a 6.07% dos 45.919.049 habitantes do estado de São Paulo. A população da região é maior, que a do Mato Grosso do Sul, que tem 2.778.986, moradores, superior a de Sergipe, que tem 2.298.696 pessoas, e maior que a soma dos habitantes de Rondônia a Acre, que juntos teriam 2.659.160.
O impacto desta medida se reflete diretamente na infraestrutura das cidades, nos serviços de transporte, saúde, saneamento básico, habitação e educação. Isso tudo onera os cofres públicos e exige uma atuação mais ágil das administrações municipais, que já enfrentam hoje dificuldade para atender à demanda por serviços. Para o pró-reitor e diretor do Inpes (Instituto de Pesquisa da Universidade Municipal de São Caetano do Sul), Leandro Prearo, a situação pode se agravar, porque a taxa de crescimento populacional que vinha caindo na região, se estabilizou. “O ABC teve uma grande queda na fertilidade, porém ao mesmo tempo as pessoas estão vivendo mais. A taxa no Brasil é de 1,8 filho por família, no ABC é de 1,34, o que é uma diferença muito importante”, analisa.
Prearo considera que a região vai alcançar em pouco tempo a inversão da curva de crescimento populacional, e parar de crescer, mas antes disso ainda vai crescer bastante. “Eu acredito que em 10 anos vamos chegar a essa inversão, mas antes a região deve crescer ainda uns 5%, o que significa mais 140 mil pessoas, ou mais uma Ribeirão Pires inteira, e aí as prefeituras vão ter que fazer um malabarismo para dar conta de tudo. Há cidades que ainda tem algum espaço para crescer, outras não, como São Caetano, por exemplo, que não tem mais espaço”, exemplifica.
“Hoje as prefeituras atuam mais de forma reativa, mas tem que se preparar para o envelhecimento da população. Venho acompanhando o crescimento populacional e o ABC tem se mantido entre 0,60% e 0,70% por ano, abaixo do Brasil. Enquanto a economia vai bem, tem emprego para todos vai rodando, mas no momento a situação para as prefeituras já é muito ruim, a arrecadação caiu, e ainda por cima a população aumenta. Neste cenário os municípios terão que se planejar. A saúde vai ser o principal problema da década”, conclui o professor da USCS.