Foi realizada no sábado (24/08) a segunda de uma série de oficinas que visam detalhar o projeto para as comunidades diretamente afetadas pelo empreendimento Centro Logístico Campo Grande. Quarenta pessoas participaram do encontro. O empreendimento prevê investimento de R$ 780 milhões e a ocupação de 900 mil metros quadrados de uma área total de 4,6 milhões de m² em área de Mata Atlântica situada a 4 quilômetros da Vila de Paranapiacaba, em Santo André. Os empreendedores sustentam a geração de 1,2 mil empregos ao longo da sua implantação.
Segundo o consultor Sebastião Ney Vaz o encontro foi muito produtivo, apesar da pequena plateia, já que na oficina anterior mais de 100 estiveram presentes. “Mas foi um sábado de muito frio e chuva, então até que a presença foi muito boa”, comentou. Como a audiência foi realizada mais próxima do local do empreendimento, na região de Campo Grande, a presença foi composta por pessoas mais diretamente impactadas. “Foi bem mais interessante que a primeira porque eram moradores locais”, diz o consultor que avalia que houve uma presença muito menor de pessoas contrárias ao empreendimento.
Segundo Vaz o público foi formado por pessoas mais curiosas sobre o projeto. “Para nós não é problema se há mais ou menos pessoas contrárias, assim podemos ver o que podemos melhorar no projeto”, analisou.
Além das duas oficinas, que são iniciativa dos empreendedores, também foram realizadas duas audiências públicas, uma em Rio Grande da Serra e outra em Santo André, ambas marcadas por fortíssima oposição ao projeto, principalmente pela presença maciça de ambientalistas e defensores do patrimônio histórico da vila.
Justiça
Enquanto o Centro Logístico segue com os procedimentos de licenciamento ambiental o MDV (Movimento em Defesa da Vida do ABC) segue buscando argumentos para convencer a Justiça de que o empreendimento não pode ser instalado em área de proteção ambiental na Mata Atlântica. Sérgio Pompeia, responsável técnico pelo EIA/Rima (Estudo de Impacto Ambiental/Relatório de Impacto de Meio Ambiente) processa o advogado e presidente do MDV, Virgílio Alcides Farias, por difamação. Em sua defesa, o ambientalista aponta crimes ambientais.
Enquanto isso se aguarda na Câmara de Santo André a votação do Plano Diretor, que permite, no âmbito do município a instalação do Centro Logístico. Uma alteração na LUOPS (Lei de Uso e Ocupação do Solo) chegou a ser aprovada no ano passado, mas após pressão das entidades a lei foi novamente modificada. Agora, na revisão do Plano Diretor, a proposta de permitir o Centro Logístico foi sugerida pela Acisa (Associação Comercial e Industrial de Santo André), aprovada no CMPU (Conselho Municipal de Políticas Urbanas) e entrosada ao projeto de lei que aguarda votação.