Na próxima terça-feira (27/8), será escolhido o filme que representará o Brasil no Oscar de Melhor Longa-Metragem Internacional, em 2020. Doze longas foram selecionados por especialistas, indicados pela Academia Brasileira de Cinema, para concorrer à vaga.
Entre os títulos estão são A Última Abolição, de Alice Gomes; A Voz do Silêncio, de André Ristum; A Vida Invisível, de Karim Aïnouz; Bio, de Carlos Gerbase; Chorar de Rir, de Toniko Melo; Espero Tua (Re)volta, de Eliza Capai; Humberto Mauro, de André Di Mauro; Legalidade, de Zeca Brito; Los Silencios, de Beatriz Seigner; Simonal, de Leonardo Domingues; e Sócrates, de Alex Moratto. O destaque entre os indicados vai para o filme Bacurau, de Kleber Mendonça Filho, primeira produção nacional a ganhar o Prêmio do Júri no Festival de Cannes.
Entre os convidados para a cerimônia de anúncio do escolhido estão Anna Muylaert, Amir Labaki, Sara Silveira, David Shurmann, Ilda Santiago, Mikael de Albuquerque, Vania Catani, Walter Carvalho e Zelito Viana, além de Ricardo Rihan, secretário do Audiovisual e Jorge Peregrino, diretor-presidente da Academia Brasileira de Cinema.
Veja resumo das obras indicadas:
A Última Abolição, de Alice Gomes
Uma retrospectiva detalhada de um momento emblemático da história do Brasil, a abolição da escravidão, apresentado de uma outra perspectiva. Ao contrário do que foi pregado por livros didáticos e outras vertentes da história oficial por muito tempo, não foi meramente a assinatura da Princesa Isabel na Lei Áurea em 13 de maio de 1888 que libertou os escravos e tampouco tal liberdade foi um presente ou um passo na direção da mitológica democracia racial.
A Vida Invisível, de Karim Aïnouz
Década de 1940. Eurídice é uma jovem talentosa, mas bastante introvertida. Guida é sua irmã mais velha e o oposto de seu temperamento em relação ao convívio social. Ambas vivem em um rígido regime patriarcal, o que faz com que trilhem caminhos distintos: Guida decide fugir de casa com o namorado, enquanto Eurídice se esforça para se tornar uma musicista, ao mesmo tempo em que precisa lidar com as responsabilidades da vida adulta e um casamento sem amor.
A Voz do Silêncio, de André Ristum
O passar dos anos é impiedoso para todos. No filme, sete personagens aparentemente comuns conduzem suas vidas buscando, cada um, aquilo que acredita lhe trazer satisfação pessoal. Mas, mesmo com vidas distintas e distantes, eles se aproximam pela maneira como orientam suas existências com base em preocupações mundanas.
Bacurau, de Kleber Mendonça Filho
Pouco após a morte de dona Carmelita, aos 94 anos, os moradores de um pequeno povoado localizado no sertão brasileiro, chamado Bacurau, descobrem que a comunidade não consta mais em qualquer mapa. Aos poucos, percebem algo estranho na região: enquanto drones passeiam pelos céus, estrangeiros chegam à cidade pela primeira vez. Quando carros se tornam vítimas de tiros e cadáveres começam a aparecer, Teresa (Bárbara Colen), Domingas (Sônia Braga), Acácio (Thomas Aquino), Plínio (Wilson Rabelo), Lunga (Silvero Pereira) e outros habitantes chegam à conclusão de que estão sendo atacados. Falta identificar o inimigo e criar coletivamente um meio de defesa.
Bio – Construindo uma Vida, de Carlos Gerbase
Nascido em 1959 e morto em 2070, um homem tem uma patologia especial que não o permite mentir. Depois de sua morte, amigos e membros de sua família se reúnem para relembrar acontecimentos especiais pelos quais passaram juntos e montam um interessante retrato da biografia do rapaz.
Chorar de Rir, de Toniko Melo
“Estrela do programa de TV Chorar de Rir”, Nilo Perequê (Leandro Hassum) é um grande nome da comédia no País. Quando ganha o prêmio de melhor comediante do ano, o humorista decide mudar radicalmente sua carreira e se dedicar totalmente ao drama, deixando sua família e seu empresário desesperados.
Espero Tua (Re)volta, de Eliza Capai
Um retrato do movimento estudantil que ganhou força a partir do ano de 2015 ocupando escolas estaduais por todo brasil. Acompanhando três jovens do movimento e com imagens de arquivo de manifestações desde 2013, o documentário tenta compreender as ocupações e as suas principais pautas a partir do ponto de vista dos estudantes envolvidos.
Humberto Mauro, de André Di Mauro
Um pioneiro do audiovisual brasileiro, Humberto Mauro fez história com uma grande carreira entre as décadas de 1930 e 1960, produzindo mais de 300 curtas, médias e longas metragens e se tornando diretor do Instituto Nacional de Cinema. Reunindo trechos de obras do cineasta e entrevistas, o diretor André Di Mauro faz um panorama da vida e da carreira desse grande nome do cinema nacional.
Legalidade, de Zeca Brito
Brasil, 1961. Quando Jânio Quadros renuncia à presidência do Brasil, o vice-presidente João Goulart torna-se o sucessor natural ao cargo, no entanto setores da sociedade, liderados pelos militares, clamavam pelo impedimento da posse de Jango, temerosos de suas posições de esquerda. Liderado por Leonel Brizola (Leonardo Machado), o movimento Legalidade é criado para garantir a posse do vice-presidente, colocando grande parte do Rio Grande do Sul contra o núcleo do exército. Em meio à turbulência política e social, um triângulo amoroso é formado entre Cecília (Cleo Pires), Luis Carlos (Fernando Alves Pinto) e Tonho (José Henrique Ligabue).
Los Silencios, de Beatriz Seigner
Amparo (Marleyda Soto) é mãe de dois filhos pequenos e está fugindo dos conflitos armados da Colômbia. Na tríplice fronteira do país com o Peru e o Brasil, ela e os meninos se abrigam em uma pequena ilha com casas de palafita no Rio Amazonas. No local, eles encontram o pai (Enrique Diaz), que supostamente estava morto.
Simonal, de Leonardo Domingues
Dono de voz marcante, carisma encantador e charme irresistível, Wilson Simonal (Fabrício Boliveira) nasceu para ser uma das maiores vozes de todos os tempos da música brasileira, no entanto, após anos de sucesso conquistado com muito trabalho, suas finanças descontroladas o levam a, num rompante de ignorância, tomar decisões que marcarão para sempre sua carreira.
Sócrates, de Alex Moratto
Depois da morte de sua mãe, o jovem Sócrates (Christian Malheiros), que foi criado apenas por ela durante os últimos tempos, precisa fazer tudo o que for possível para que consiga sobreviver na realidade da miséria, somado com o preconceito por ser homossexual. Seus valores e ideais são colocados na balança com o medo de não conseguir se virar sozinho.
A cerimônia do Oscar ocorre em 9 de fevereiro, em Los Angeles.