Mortes no trânsito aumentam mais 70% no ABC

Acidente fatal entre veículo e ônibus em São Bernardo, cidade onde 47 pessoas perderam a vida no trânsito este ano. (Foto: Reprodução)

O número de mortes no trânsito nas sete cidades do ABC subiu 18,75% no comparativo de janeiro a julho deste ano com o mesmo período do ano passado. Foram 133 pessoas que perderam a vida do início do ano até o mês passado, contra 112 no ano passado, segundo dados do Infosiga, sistema do Governo do Estado, divulgados nesta segunda-feira (19/08). Considerando apenas o mês de julho, foram 24 mortes nas sete cidades, contra 14 no mesmo período de 2018; uma alta de 71,43%. Tirando os meses de janeiro e junho em todos os demais os números de mortes na região foram superiores aos do ano passado.

Os números da região vão na contramão do estado que registrou queda no acumulado do ano em comparação com 2018. Nas vias paulistas no mês de julho, foram registrados 479 óbitos causados por acidentes de trânsito, redução de 3,6% na comparação com o mesmo período do ano passado.

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A cidade com maior número de mortes no trânsito é São Bernardo, com 47 casos, porém é a única em que houve sensível declínio de fatalidades comparado com o ano passado quando foram 48 casos entre janeiro e julho. Em seguida vem Santo André com 26 mortos, contra 20 no ano anterior, alta de 30%. Na sequência vem Diadema com 21 mortes, contra 20, alta de 5%. Em Mauá o aumento dobrou o número de mortes relacionadas o trânsito de 10 para 20 no comparativo de janeiro a julho. Ribeirão Pires manteve o número de casos – 11 nos dois anos e Rio Grande da Serra teve uma morte ano passado e nenhuma este ano.

Em  todo o ABC morrem mais motociclistas do que pedestres e motoristas de automóveis, ônibus ou caminhões. Foram 66 pessoas que morreram em virtude de acidente com moto sendo, 25 em São Bernardo, em Mauá, São Caetano e Santo André foram 10 falecidos em cada; seis em Diadema e cinco em Ribeirão.  Chama atenção a inversão de números, em Diadema onde morreram mais pedestres (12 casos) do que motociclistas (seis mortes).

Em nota a prefeitura de São Caetano, onde as mortes triplicaram, os números não são comentados, mas a administração destacou as ações preventivas adotadas. “A Prefeitura de São Caetano do Sul, através da Semob (Secretaria de Mobilidade Urbana), afirma que nestes dois anos e meio tem investido na mobilidade urbana do município de forma constante, tanto na reorganização do trânsito, quanto em campanhas educativas, com ações como o Educação de Trânsito nas Escolas, que apresenta teatro de fantoches nas escolas municipais, a ‘Blitz Educativa’, que é a distribuição de folhetos nas ruas, por crianças  do 6º ano do Ensino Fundamental, com apoio de agentes de trânsito, e ações do Maio Amarelo, parceria entre Prefeitura e Instituto GM, que realizaram atividades de conscientização nos cruzamentos de principais avenidas da cidade, entregando panfletos de conscientização  e bate-papo sobre segurança no trânsito, com motoristas e transeuntes da via pública”.

O RD também questionou as prefeituras de Diadema, onde o número de pedestres mortos foi maior do que o de motociclistas. Até o fechamento desta reportagem não houve resposta.

Em nota a prefeitura de Mauá atribuiu a alta nas mortes à imprudência. “A Secretaria de Trânsito e Sistema Viário, informa que o setor de Educação no Trânsito está trabalhando para que os índices de acidentes fatais e não fatais sejam reduzidos. Estão sendo realizadas campanhas de conscientização, panfletagens e intervenções em toda cidade, com foco em diversos públicos. Em relação aos dados de acidentes fatais de 10 para 20, atribuímos à imprudência de  pedestres, motociclistas e ciclistas, que são os que mais sofrem com a negligência. O motivo ao qual está levando boa parte ao descuido é o uso do celular e bebida alcoólica”.

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